O massacre de pelo menos 33 presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa Vista (RR), nesta sexta-feira, já se tornou a terceira maior chacina em unidades prisionais brasileiras na história do país.
A execução dos presos na capital de Roraima, atribuída pelas autoridades locais ao Primeiro Comando da Capital (PCC), só não teve mais vítimas que nos massacres do Carandiru, onde 111 presos foram mortos em 1992, e do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, no domingo passado, que terminou com 56 detentos assassinados.
Veja os maiores massacres penitenciários da história do Brasil:
Carandiru, São Paulo, 111 mortos
O maior massacre de presos da história do país aconteceu na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, em 14 de outubro de 1992. Autorizado pelo então secretário de Segurança Pública paulista, Pedro Franco de Campos, o Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu o presídio e matou 111 presos a tiros de metralhadora e facadas.
Compaj, Manaus, 56 mortos
No último domingo, primeiro dia de 2017, 56 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, foram assassinados por outros presos. Executada por detentos filiados à facção criminosa Família do Norte (FDN), a maior carnificina dentro de prisões brasileiras depois do Carandiru vitimou detentos filiados ao PCC.
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, Boa Vista, pelo menos 33 mortos
Quatro dias após a matança de 60 detentos em Manaus, pelo menos 33 presos foram mortos na madrugada desta sexta-feira na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa Vista (RR). Segundo o secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Uziel de Castro Júnior, “possivelmente”, os responsáveis pelos assassinatos são criminosos ligados ao PCC, em retaliação às mortes no Compaj.
Casa de Custódia de Benfica, Rio de Janeiro, 30 mortos
Após uma tentativa de fuga no dia 29 de maio de 2004, uma rebelião na Casa de Custódia de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, terminou com 30 mortos. Os presos assassinados pertenciam às facções criminosas Amigos dos Amigos (ADA) e Terceiro Comando (TC), rivais do Comando Vermelho (CV) na disputa pelo tráfico no Rio.
Penitenciária do Estado, São Paulo, 29 mortos
Presos da Penitenciária do Estado, no complexo do Carandiru, em São Paulo, fizeram um motim com 70 reféns em 29 de julho de 1987. A Polícia Militar invadiu o presídio para controlar a rebelião e entrou em confronto com os presos, dos quais 29 foram mortos.
Presídio Urso Branco, Porto Velho, 27 mortos
Assim como no massacre do Compaj, a chacina de 27 presos na penitenciária José Mário Alves da Silva, conhecida como Urso Branco, em Porto Velho (RO), aconteceu no primeiro dia do ano, em 2002. Os detentos mortos estavam confinados no chamado “seguro” do presídio, onde ficam aqueles que estão ameaçados de morte.
Presídio de Pedrinhas, São Luís, 18 mortos
Uma rebelião em 9 de novembro de 2010 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), terminou com 18 presos mortos. À época, o complexo tinha 4.000 presos em um espaço onde caberiam apenas 2.000.
Delegacia Parque São Lucas, São Paulo, 18 mortos
No dia 5 de fevereiro de 1989, após uma tentativa de fuga na Delegacia do Parque São Lucas (42º DP), em São Paulo, 50 detentos foram trancados dentro de uma cela de 1,5 metro de largura por 3 metros de comprimento, sem ventilação. Depois de cerca de uma hora, os agentes penitenciários abriram a cela e encontraram 18 presos mortos por asfixia.
Instituto Correcional da Ilha Anchieta, Ubatuba, 16 mortos
Uma rebelião no Instituto Correcional da Ilha Anchieta, em Ubatuba (SP), em 20 de junho de 1952, terminou com 16 mortos, entre guardas e presos, segundo registro do Ministério da Justiça. A pasta lembra que “os boatos foram intensos na época e falavam em uma centena de vítimas, número nunca confirmado”.
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, Boa Vista, 10 mortos
No mesmo palco do massacre desta sexta-feira, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa Vista (RR), dez presos foram mortos em 16 de outubro de 2016. A chacina foi desencadeada após o rompimento da aliança entre o PCC e o CV nacionalmente. Detentos filiados à facção paulista derrubaram uma parede de barro para acessar a ala ocupada pelos rivais da quadrilha carioca, assassinados com facas. Alguns foram decapitados e queimados vivos.