Modulação de penas a condenados por golpe ‘prova que o diálogo resolve’, diz Temer
Ex-presidente foi defensor da proposta que, depois de meses de articulações entre a política e o Judiciário, resultaram na aprovação do projeto da dosimetria
Em fevereiro, Michel Temer lançou, numa entrevista ao Radar, uma proposta que, na visão dele, poderia pacificar o país, diante do tumulto criado por Jair Bolsonaro e seus aliados em torno das condenações impostas pelo STF aos golpistas envolvidos no 8 de janeiro.
Em vez de aprovar uma anistia a quem destruiu as sedes dos poderes em nome de uma aventura ditatorial, a política e a Corte poderiam discutir uma modulação nas penas impostas aos golpistas. “A Corte poderia modular as penas alongadas”, disse Temer.
Nos meses que se seguiriam, Temer ampliaria essa articulação, estabelecendo pontes entre líderes partidários e ministros do STF para que se chegasse a um termo sobre a questão.
Nesta quarta-feira, a Câmara aprovou o projeto da dosimetria que, na prática, abre caminho para essa solução. Ao Radar, o ex-presidente disse que o avanço da proposta é prova de que o diálogo é o único caminho para pacificar o país, quando as divergências parecem interditar avanços.
“É uma prova de que o diálogo resolve. Houve um longo período de maturação desse tema, envolvendo lideranças políticas, consultas ao Supremo e o tempo mostrou que deu certo”, diz Temer ao Radar.
O ex-presidente vê a discussão como um “bom momento” para a pacificação do país. “Isso desagrava um pouco o clima. Agora, é preciso que o Supremo, uma vez aprovada a proposta, aplique a lei”, segue Temer.
Para o ex-mandatário, o diálogo entre os líderes políticos e o Supremo deve seguir inclusive em outros temas que despertam conflitos entre os poderes. “Que isso sirva de exemplo para outros temas que precisam avançar e estão parados por falta de diálogo”, diz Temer.
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