Moradores da favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, relataram tiroteio na comunidade nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, pouco depois de o chefe do tráfico na comunidade, Rogério Avelino dos Santos, o Rogério 157, ter sido preso em operação das forças de segurança. As mensagens de aviso do confronto, não confirmado pela Polícia Militar, foram publicadas nas redes sociais.
Após as 10 horas, o clima já era de tranquilidade, com movimentação normal. Os moradores da comunidade carioca se sentem apreensivos diante da instabilidade no comando do tráfico de drogas na favela após a prisão do traficante. Eles informaram que, por estar muito visado pela polícia e caçado em várias comunidades, Rogério 157 já havia designado outro criminoso para tomar seu lugar.
“Nós moradores não sabemos como vai ficar. A notícia da prisão é boa em parte, porque ele já estava entregando o comando para outra pessoa, que ninguém sabe quem é. Ele já sabia que tinha que se entregar ou não sobreviveria. Para nós, é tenso demais”, disse uma moradora, que perdeu vários dias de trabalho entre setembro e outubro por causa dos tiroteios na favela.
“Vai ter reação de outros bandidos com certeza. Pelo que a gente já ouviu falar, tem outras pessoas de frente querendo ficar no lugar dele. É sempre assim no morro”, lamentou uma outra, também na condição de anonimato.
“Temos que esperar para ver o que vai acontecer. Hoje cedo saí com meu filho e tive que voltar para casa na hora. Vi creches e escolas em que não tinha funcionário. Muita criança com medo, muito, muito tiro. Nessas horas, não tem o que fazer. Eu tinha que passar pela Rua 2 e estava totalmente impossível, dei meia-volta”, contou outra mulher, mãe de três crianças.