Motorista do atropelamento de Copacabana tinha CNH suspensa
Antonio Anaquim estava com carteira suspensa desde 2014 e Detran afirmou que, agora, ele terá o documento cassado; IML descartou embriaguez
O motorista Antonio de Almeida Anaquim, 41, que dirigia o carro que atropelou 17 pessoas – entre elas um bebê, que morreu – na noite desta quinta-feira, 18, na orla de Copacabana, está com a sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa desde maio de 2014.
A informação foi divulgada pelo Detran-RJ, que não informou o motivo da suspensão. Segundo o órgão, no entanto, Anaquim não cumpriu com a exigência de devolver a CNH para realização de curso de reciclagem.
O Detran também informou que, por cometer um crime de trânsito ao dirigir com a carteira suspensa, o motorista terá sua documentação cassada — como determina a legislação de trânsito. “Neste caso, o Detran esclarece que cumpriu com todo o trâmite do Código Brasileiro de Trânsito. O Detran-RJ, assim como toda a sociedade carioca, se solidariza com as vítimas deste acidente”, disse o órgão por meio de nota.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) da Polícia Civil descartou que o motorista estivesse dirigindo alcoolizado. Além de deixar um bebê morto, o acidente resultou em ferimentos em pelo menos 17 pessoas.
Segundo testemunhas, Anaquim teria perdido o controle de seu carro por volta das 20h30 na altura da Rua Figueiredo de Magalhães. O automóvel invadiu a calçada e a areia. Ele afirmou à Polícia Civil ser epilético e ter sofrido um desmaio enquanto dirigia. Testemunhas também contaram que, ao descer do veículo, Anaquim estava “meio parado” e “não esboçava reação”.
Segundo os PMs, dentro do carro de Anaquim havia medicamentos para epilepsia. Após prestar depoimento, o motorista foi levado ao IML para passar por exames de saúde que poderiam comprovar problema médico. Pessoas epiléticas podem dirigir automóveis, desde que comprovem não sofrer crises frequentes.
Carteira suspensa
Nesta sexta-feira, o Detran-RJ informou que o motorista estava com a sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa desde maio de 2014. Ele acumula 62 pontos por infrações e 14 multas nos últimos 5 anos. Como ele não fugiu do local, não estava alcoolizado e não dirigia acima do limite de velocidade responderá em liberdade por homicídio culposo – quando não há intenção de matar.