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MP do Rio antecipou prisão de suspeitos por risco de vazamento

A promotoria ressaltou que o crime teve motivação torpe, e decorreu da atuação política da vereadora

Por André Siqueira e Leandro Resende
12 mar 2019, 16h26

A força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou, em coletiva de imprensa concedida nesta terça-feira, 12, que a operação que prendeu Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi antecipada por risco de vazamento de informações.

“As prisões seriam realizadas amanhã, mas foram antecipadas em razão de um possível vazamento da informação, o que acabou sendo importante, porque os dois foram presos saindo de suas casas”, afirmou Simone Sibílio, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Sibílio ressaltou, ainda, que Ronnie Lessa foi preso com três celulares no modo avião e que, “informalmente”, reconheceu que sabia da operação. O fato, segundo Sibílio, será apurado pelo MP.

A promotoria ressaltou que, com base no inquérito feito pela Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, o crime teve motivação torpe, e decorreu da atuação política de Marielle Franco, centrada, sobretudo, na defesa das minorias. Simone Sibílio afirmou que o crime foi praticado mediante emboscada, uma vez que os suspeitos tinham conhecimento da agenda da vereadora, e a execução, sumária, já que Marielle foi atingida por quatro disparos na cabeça e Anderson, por três disparos na região das costas.

O MP do Rio também detalhou a denúncia oferecido contra os dois suspeitos. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram denunciados por homicídio duplamente qualificado de Marielle e Anderson e por tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. A promotoria também afirmou que há indícios de que Ronnie Lessa tenha envolvimento com milícias no Rio de Janeiro, mas não em Rio das Pedras.

Investigação

O processo de investigação da força-tarefa, segundo Elisa Fraga, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP do Rio, se sustentou em três pilares: diligências em campo, interceptação telemática e compreensão do biotipo do atirador. Elisa Fraga ressaltou que através de “recursos de luz e sombra” foi possível constatar que não havia um passageiro no banco da frente do Cobalt, veículo utilizado na noite do crime. Além disso, segundo a promotoria, só havia duas pessoas no carro.

O CSI analisou uma imagem obtida pelo Ministério Público, na qual é possível ver o braço direito do atirador. “Nós fizemos a análise [da imagem] e, com a comparação de outras imagens do hoje denunciado Ronnie Lessa, nós pudemos verificar uma compatibilidade do réu com o braço do atirador”, explicou Elisa Fraga.

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