MP do Rio se opõe a pedido de prisão domiciliar da mãe de Henry Borel
Ontem, Jairinho, padrasto da criança que também é acusado pela morte, constituiu novos advogados para representá-lo no processo
O Ministério Público do Rio de Janeiro emitiu parecer contrário ao pedido de prisão domiciliar de Monique Medeiros, mãe e ré pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos, assassinado na madrugada de 8 de março do ano passado. O promotor Fábio Vieira, da 2ª Vara Criminal, também se posicionou contrário à decretação de sigilo do processo, conforme o pedido feito pelos advogados Thiago Minagé e Hugo Novais, que defendem a mãe de Henry. Cabe, agora, à juíza Elizabeth Machado Louro, que conduz o 2º Tribunal do Júri, decidir se acompanha o entendimento da promotoria de Justiça.
Vieira argumentou que Monique não está sob ameaça, acrescentando que já foi determinado que ela só receba visitas dos seus advogados e de familiares. No começo do mês, Flávia Fróes (advogada informal contratada pelo padrasto de Henry e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o dr. Jairinho, para uma investigação de defesa do político) fez uma visita à unidade prisional onde a mãe de Henry estava presa. Ela acusou a criminalista de ameaças e de tê-la pressionado para assinar um documento se responsabilizando, integralmente, pela morte do filho. Jairinho também é réu por homicídio triplamente qualificado e tortura da criança. Dias depois, um suposto emissário de Flávia foi enviado para o presídio de Monique, no qual também está uma advogada presa ligada a ela.
Na noite de ontem, o ex-parlamentar constituiu uma nova equipe de advogados ao processo após a saída de Braz Sant’Anna. Tratam-se dos criminalistas Lucio Adolfo da Silva, que defendeu o goleiro Bruno no caso do assassinato de Eliza Samudio, e Telmo Bernardo Batista, que representa o pai do pastor Anderson do Carmo na assistência de acusação contra a ex-deputada federal Flordelis dos Santos Souza, acusada de ser a mandante da morte do próprio marido.
Há três dias, Telmo postou uma foto em redes sociais junto ao advogado Flávio Fernandes, que atuou por cerca de três meses na assistência jurídica do pai de Henry, Leniel Borel, antes das audiências preliminares. Presidente do braço fluminense da Associação de Advogados Criminalistas, Fernandes se diz amigo pessoal de Flávia Fróes. A alteração da equipe de advogados sinaliza que a linha de defesa do ex-vereador no tribunal do júri deve mudar. Contratada para fazer uma investigação paralela de defesa do ex-vereador, a advogada sustenta a primeira versão do casal: a de que Henry foi vítima de acidente doméstico, hipótese que foi completamente descartada pela Polícia Civil do Rio no curso das investigações.