A força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro fez mais duas denúncias criminais contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que já responde por dezoito acusações na Justiça Federal. As novas acusações são resultado da operação C’est Fini, deflagrada no final de novembro, e incluem os integrantes do episódio que ficou conhecido como a “Farra dos Guardanapos”. Entre os denunciados estão o ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner e o empresário George Sadala.
Também foram alvos das novas denúncias Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carlos, operadores financeiro e administrativo, respectivamente, da organização criminosa, segundo a força-tarefa da Lava Jato. As investigações, segundo a Procuradoria, “tem como escopo aprofundar o desbaratamento da organização criminosa responsável pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de capitais envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo estado do Rio”.
Entre as obras, destacam-se a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de grandes comunidades carentes na cidade do Rio, a PAC Favelas. A ramificação da organização criminosa foi descoberta a partir dos desdobramentos das operações Calicute e Eficiência e das investigações realizadas após sua deflagração.
Ao todo, a C’est Fini resultou em três denúncias. Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Cabral e outros quatro investigados – Henrique Ribeiro, Lineu Martins, Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carvalho – por crimes na Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (Funderj).
‘Farra dos guardanapos’
Sadala é um dos empresários que esteve em Paris, em 2009, convidado pelo governo do Rio, para a cerimônia de entrega da medalha de honra da Legião D’Honneur, concedida pelo Senado francês ao então governador Sérgio Cabral, e para o lançamento do Guia Michelin Rio de Janeiro.
Na França, Sadala de um jantar no hotel Ritz, em Paris, onde secretários da alta cúpula do governo, e empresários foram fotografados usando guardanapos na cabeça e dançando, no episódio que ficou conhecido com a “Farra dos Guardanapos”.
Procurada, a defesa do ex-secretário Régis Fichtner reafirmou que “são falsas todas as acusações contra ele e que só se manifestará quando tiver acesso à denúncia”. O empresário Georges Sadala alegou que ele nunca cometeu crimes nem fez pagamentos a autoridades em troca de vantagens. As defesas de Sergio Cabral e de Luiz Carlos Bezerra não vão se manifestar.