‘Não dá mais, o Rio está em estado de calamidade’, admite Pezão
Em reunião no Palácio do Jaburu, governador assumiu a situação de caos no estado e destacou falhas no patrulhamento durante o Carnaval
A intervenção na segurança do Rio de Janeiro, decretada pelo presidente da República, Michel Temer (MDB-SP), foi um pedido do governador do estado, Luiz Fernando Pezão (MDB-RJ). O apelo ocorreu em uma reunião no Palácio do Jaburu, a qual contou com a presença de ministros e parlamentares. Com isso, o Exército assumirá o comando das Polícias Militar e Civil e do Corpo de Bombeiros. A expectativa é que o decreto seja publicado na manhã desta sexta-feira.
Segundo informações do site do jornal O Globo, Pezão assumiu a situação de caos no estado e admitiu falhas no planejamento de patrulhamento do Rio de Janeiro durante o Carnaval. ”Rodrigo, não dá mais, o Rio está em estado de calamidade na segurança, não temos saída e não podemos adiar nem mais um dia”, disse o governador ao presidente da Câmara, na tentativa de convencê-lo. ”Não estávamos preparados. Houve uma falha nos dois primeiros dias e depois a gente reforçou aquele policiamento. Mas eu acho que houve um erro nosso”, admitiu na quarta-feira.
Aumento
Apesar do pedido de intervenção federal anunciado nesta sexta-feira, um dia antes o Estado do Rio anunciou o aumento dos funcionários do setor de segurança.
No site do governo do Rio, Pezão destacou que os policiais e os demais servidores da segurança receberão os vencimentos de janeiro com 9,28% de aumento, mesmo diante do cenário de crise financeira. ”Mesmo com a grave crise financeira que sofremos, procuramos valorizar os nossos policiais e demais servidores da área de Segurança, que já nesta sexta-feira vão receber seus salários em dia e com reajuste, que mantivemos”, explica. ”Os policiais estão enfrentando com bravura a criminalidade, que está cada vez mais fortemente armada. Mas estamos enfrentando. Vou continuar me dedicando até o fim do meu último dia de governo para melhorar e aperfeiçoar a segurança no nosso estado”, afirmou o governador.
Em nota, o governo do Rio de Janeiro destacou que esta medida, aprovada em 2014 em, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), irá onerar a folha de pagamento de 2018 em 1 bilhão de reais.