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Não havia plano B, diz executivo que largou emprego para correr maratonas

Hugo Farias completou 366 provas em 366 dias. Quase um ano depois de concluir 15.443 quilômetros, ele acaba de ingressar no Livro dos Recordes

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 jun 2024, 08h00

Afinal, por que correr tanto? À primeira vista, é assustador mesmo. Mas eu queria traçar uma nova rota para minha vida, ter um propósito que fosse além de trabalhar sem parar e construir patrimônio. Então, pensei em usar o esporte como ferramenta de motivação e superação pessoal. As maratonas foram um veículo para mostrar que pessoas comuns podem fazer coisas extraordinárias. Aos 44 anos, me tornei atleta, escritor, palestrante e empresário.

Mas como as pessoas reagiam à sua empreitada? Eu estava tão convicto da minha decisão que pedi demissão sem falar com a minha mulher. Não queria correr o risco de alguém tentar me dissuadir, e sabia que ela me apoiaria com o tempo. Para tentar diminuir a resistência, estruturei tudo como um projeto, mapeando ganhos, propósitos, riscos e dificuldades. Foram oito meses de planejamento, incluindo quatro de treinamento. Algumas pessoas foram embarcando na ideia, outras preferiram se afastar.

Ficou com medo de ter de desistir em algum momento? Não foi fácil. Eu não tinha uma vasta carreira atlética, por isso não consegui patrocínio para financiar o projeto, mas mantive o foco no propósito. Usei recursos da minha previdência para sustentar a família. A estabilidade foi um desafio constante, mas o desejo de inspirar pessoas me manteve firme. O tempo inteiro me questionei, mas nunca pensei em desistir. Não havia plano B. Mesmo sofrendo lesões, sabia que ia dar certo. E as pessoas torciam por mim.

O que sentiu quando, enfim, teve um dia sem uma maratona pela frente? Um misto de emoções. Me bateu a pergunta: “E agora?”. Começou um processo de depressão, porque meu corpo estava sempre inundado de endorfina, serotonina e ocitocina, e de repente eu parei. Os médicos disseram que eu precisava parar. Aí parei para escrever um livro sobre essa experiência.

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Que balanço você faz dessa aventura que terminou no Guinness Book? Estou muito satisfeito com a jornada toda. E faria tudo de novo. Do ponto de vista da realização pessoal, foram os anos mais produtivos da minha vida. Financeiramente, ainda não há retorno, mas acredito que será uma consequência. Continuo construindo uma nova história e tenho orgulho do que foi feito até aqui. Agora, tenho outro grande desafio em mente: pretendo me tornar o primeiro ser humano a correr toda a extensão das Américas, do Alasca até a Terra do Fogo, na Argentina.

Publicado em VEJA de 14 de junho de 2024, edição nº 2897

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