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Natal registra fim de semana de violência e ataque a ônibus

Dois suspeitos foram mortos na madrugada de domingo e um policial foi assassinado no sábado. Um ônibus também foi incendiado, em um suposto ataque do PCC

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 3 jun 2018, 17h40 - Publicado em 3 jun 2018, 17h40
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  • A madrugada deste domingo, 3, foi marcada por tiroteios entre bandidos e policiais militares na zona Norte de Natal. Dois homens morreram após uma tentativa de fuga e troca de tiros. Os casos ocorreram na mesma região administrativa da cidade, mas em situações distintas.

    Num dos confrontos, os policiais ordenaram que dois homens que estavam em atitudes suspeitas parassem para averiguação. Eles não seguiram as ordens e tentaram fugir. Um deles tentou entrar numa casa e acabou encurralado pela Polícia Militar. Foi quando se iniciou a troca de tiros. O homem atingido pelos disparos não resistiu e morreu no hospital. O comparsa conseguiu fugir.

    No outro caso, um homem disparou contra a viatura da PM e os policiais revidaram, atingindo o indivíduo.

    De acordo com Boletins de Ocorrência registrados pelos policiais militares que participaram dos confrontos, os casos foram descritos como acontecimentos isolados, sem relação com a morte do policial militar Kelves Freitas de Brito, executado com três tiros na manhã do sábado, 2, em Parnamirim, região metropolitana de Natal.

    A execução do policial militar foi comemorada com fogos de artifício em bairros da cidade de Parnamirim nos quais funcionam pontos de vendas de drogas e atuação de uma facção criminosa.

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    Após o assassinato do militar, cujos autores não foram identificados, bandidos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) deram início a atentados em Natal. As ordens para as ações criminosas teriam partido das lideranças da facção presas no Complexo Prisional de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Eles alegam maus tratos e tortura na cadeia. O Estado nega.

    Um ônibus da Empresa Guanabara foi incendiado e ficou completamente destruído pelas chamas. Por volta das 15 horas do sábado, bandidos em motocicletas e com armas em punho ordenaram que o motorista parasse o ônibus. O veículo faria o trajeto de um bairro da zona Oeste de Natal ao Centro da cidade. Apontando armas para o motorista e passageiros, eles obrigaram que todos descessem, espalharam gasolina e iniciaram o incêndio.

    Como forma de amedrontar os passageiros que correram do local, além dos moradores do entorno, os homens atiraram diversas vezes para cima. Num muro ao lado do local onde o ônibus parou e foi incendiado, os bandidos picharam a sigla PCC (Primeiro Comando da Capital). O caso levou os empresários donos das empresas de ônibus que operam em Natal a determinar o recolhimento da frota.

    Crise

    O Governo do Estado determinou a convocação dos integrantes do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), instalado em momentos de crise na segurança pública, para analisar estratégias. O Estado, porém, evitou falar na atuação da facção criminosa e ressaltou que não havia nenhum motim ou rebelião nas unidades prisionais estaduais.

    Somente após uma reunião com representantes das empresas de ônibus e a garantia de reforço policial nas paradas mais movimentadas e no entorno das garagens, a frota voltou a operar neste domingo.

    O Governo do Estado, em nota, afirmou que o GGI permanece mobilizado, atuando no monitoramento das ações. As forças de segurança estão integradas, reforçando o policiamento em todo o Estado.

    Os empresários donos das empresas de ônibus ressaltaram, porém, que qualquer indício ou confirmação de novo atentado contra o transporte coletivo de passageiros os levará a recolher a frota às garagens de forma urgente.

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