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Norma técnica para prevenir incêndio em hospitais só foi feita em abril

Na noite de quinta-feira, fogo no Hospital Badim, no Rio de Janeiro, deixou dez mortos; para especialista, há uma ‘falta de cultura de segurança’ no estado

Por Leandro Resende
Atualizado em 13 set 2019, 13h44 - Publicado em 13 set 2019, 11h58
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  • Foi apenas em abril deste ano que entraram em vigor as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) com requisitos para “proteção contra incêndios e para projetos de construção e reforma” em prédios destinados a funcionar como hospitais. Para o engenheiro Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de riscos e segurança, a ausência de normas e legislações específicas para combate a incêndios em espaços como hospitais pode ser uma das razões do fogo que consumiu parte do hospital Badim, na Zona Norte do Rio nesta quinta-feira 13 – dez pessoas morreram. “Não existe uma cultura de segurança do Brasil. Sempre quando se comenta a possibilidade de acidente, as pessoas mudam de assunto. Não investem. Sequer temos normas técnicas”, opinou.

    Este é o terceiro incêndio de grandes proporções que ocorre no Rio de Janeiro em pouco mais de um ano. Em setembro passado, o fogo consumiu a maior parte do Museu Nacional, também na Zona Norte. Em fevereiro, 10 atletas do futebol de base do Flamengo morreram em um incêndio no Centro de Treinamento do clube, na Zona Oeste.

    De acordo com Portela, o incêndio no Badim ainda carece de uma investigação mais minuciosa. Ele alerta que locais como escolas e hospitais precisam ter um plano de evacuação, para evitar que a saída em caso de fogo seja improvisada, como pareceu ter ocorrido no caso do Badim. Chamou a atenção, por exemplo, o alto número de colchões retirados do hospital e jogados no chão da rua em frente, além da correria para tirar os pacientes do prédio, mas o que mais saltou aos olhos, para ele, foi o local onde o fogo começou. “Recentemente houve reforma no hospital Badim, e é preciso checar o que aconteceu na parte elétrica, nos geradores. Estavam sendo alvo de manutenção regular e frequente? Isso é o que mais chama atenção”, explicou Portela.

    Em nota, o hospital Badim informou que os familiares dos pacientes envolvidos no episódio receberam atendimento, e que está agindo para acolher as famílias.

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