Na véspera de assumir o Ministério da Justiça, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) afirmou que não pretende fazer mudanças na cúpula da Polícia Federal, corporação subordinada à pasta e responsável por conduzir as investigações da Operação Lava Jato.
Ao ser questionado sobre o tema enquanto circulava pela Câmara dos Deputados, o futuro ministro chegou a brincar dizendo que trocaria o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, nos próximos 15 dias, porque ele estava interferindo demais nos rumos da Operação Lava Jato. Diante da reação de incredulidade dos repórteres, Serraglio riu e afirmou que não seria “maluco” de fazer isso. A cerimônia de posse do ministro da Justiça está marcada para as 15h30 desta terça-feira.
Serraglio afirmou que ainda está definindo a sua equipe. Segundo o peemedebista, o secretário executivo da pasta, José Levi Mello do Amaral, que está como ministro interino, será mantido no cargo e um nome de São Paulo, indicado pelo advogado criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, será o novo secretário de Segurança Pública. Mariz é amigo do presidente Michel Temer e deverá assumir um cargo de assessor especial do Palácio do Planalto para orientar a atuação do governo sobre o tema.
Funai
O futuro ministro afirmou também que ainda vai analisar se mantém ou não o novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antônio Fernandes Toninho Costa, indicado para o cargo em janeiro. O órgão é subordinado ao Ministério da Justiça.
Serraglio, integrante da bancada ruralista da Câmara, foi o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, de 2010, que prevê que a demarcação de terras indígenas e quilombolas tem de passar pelo Congresso, em vez de depender apenas do Executivo. “Essa é uma questão delicada”, limitou-se a dizer o futuro ministro.
Pressão
Serraglio foi nomeado por Temer como ministro da Justiça no último dia 23. Desde que o presidente escolheu o então titular da pasta Alexandre de Moraes para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) – em substituição ao ministro Teori Zavascki, que morreu em janeiro em um acidente aéreo -, a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados pressionava o governo para ficar com o comando do Ministério da Justiça.
(Com Estadão Conteúdo)