Citado em meio às investigações que apuram a existência de uma suposta milícia digital que atuava para minar instituições democráticas, Rivaldo, pentacampeão do mundo pela seleção brasileira na Copa de 2002, confirmou ter doado R$ 2 mil a Salomão Vieira, um influenciador gospel investigado no inquérito que busca, entre outras coisas, os financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro.
O ex-jogador confirmou que fez a doação, mas negou saber da destinação que foi dada aos dois depósitos realizados em novembro do ano passado a pedido do cantor evangélico, com objetivo de “ajudar pessoas carentes”.
“Rivaldo fez a doação por motivos religiosos, já que Vieira e ele são evangélicos e compactuam da mesma doutrina. As doações foram um pedido de Salomão. Ele disse que era para comprar colchão, agasalho e água a pessoas carentes”, afirmou Betellen Dante, advogado de Rivaldo, que também negou qualquer envolvimento do ex-jogador com o influenciador.
O nome de Rivaldo foi mencionado há cerca de três semanas, quando um dos investigados contou à PF que Rivaldo teria transferido R$ 50 mil ao evangélico. Salomão Vieira, que está foragido da Justiça desde o início do ano, também teria recebido doações de Rafaella Santos, irmã de Neymar.
Em nota, a assessoria de Rafaella informou que ela não conhece o cantor Salomão e desconhece qualquer movimentação financeira (via PIX ou transferência bancária) feita de sua conta para a conta do influenciador.
“A assessoria de imprensa de Rafaella repudia veementemente o envolvimento leviano do seu nome e imagem associada às graves acusações contra o citado cantor”, diz o texto, no qual a assessoria também estuda a hipótese de apurar eventual fraude bancária envolvendo o nome dela.
No ano passado, Salomão Vieira já era conhecido como alguém que ajudava na arrecadação de donativos para ajudar a manter os manifestantes que permaneciam em frente aos quartéis do Exército. Ele também gravou vídeos incitando manifestantes contra as instituições democráticas.
Em janeiro, o influenciador fugiu para o Paraguai junto com outros investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Eles conviveram por um período e trocaram informações No mês passado, a Interpol, a pedido da Polícia Federal, realizou uma operação no Paraguai e prendeu três deles. Vieira escapou.