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Onda de ataques a ônibus continua em MG e põe estados em alerta

Pelo menos 24 coletivos já foram incendiados em cidades do Sul de Minas e do Triângulo Mineiro

Por Da Redação Atualizado em 5 jun 2018, 15h26 - Publicado em 5 jun 2018, 14h54
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  • Mais nove ônibus foram queimados entre a noite de segunda-feira 4 e a madrugada desta terça-feira, no sul de Minas Gerais e no Triângulo Mineiro — ao menos 24 coletivos já foram incendiados no estado. Uma viatura da Secretaria de Administração Prisional (Seap) também foi queimada. A suspeita é de que os atos estejam sendo coordenados por facções criminosas e pelo PCC. Por enquanto, não há registro de feridos.

    Também há registros de ataques no Rio Grande do Norte, onde um policial militar foi executado em Parnamirim. Os ataques simultâneos em mais de um estado foram decididos pelo “resumo dos estados”, os bandidos responsáveis pela facção em cada unidade da Federação, depois de consulta feita à “sintonia dos estados”, setor do PCC que cuida da organização fora de São Paulo.

    “O plano inicial era fazer uma manifestação pacífica em Natal contra o que os bandidos chamam de opressão no complexo prisional de Alcaçuz (em Nísia Floresta, na Grande Natal)”, afirmou um dos responsáveis pelas investigações contra o PCC. Mas a direção da facção no Rio Grande do Norte decidiu que a manifestação não teria o efeito desejado e decidiu atacar. 

    Os atentados foram determinados na semana passada e deveriam envolver ainda outros dois estados, que não foram identificados publicamente e cujas forças de segurança estão de prontidão.

    Em Minas Gerais, a facção tem 1.432 filiados e no Rio Grande do Norte há 798 bandidos ligados ao grupo. Detectado em São Paulo, onde a facção não pretende atacar, conforme as informações interceptadas, o plano foi confirmado por forças de segurança dos estados. 

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    Primeiramente, os bandidos agiram em Natal, no sábado, quando assassinaram o PM Kelves Freitas de Brito. Em outro caso, policiais mataram dois suspeitos que tentaram fugir. Na capital potiguar, os criminosos incendiaram um ônibus, o que fez com que as empresas do setor recolherssem a frota.

    Em Minas, os ataques começaram no domingo 3, em Pouso Alegre. Entre as cidades atingidas está Itajubá e Passos, onde bandidos atacaram a Câmara e atiraram na direção de um quartel da PM. Houve ainda ônibus incendiados em outras cidades do sul de Minas, como Alfenas, Varginha e Guaxupé. Também foram registrados atentados em Belo Horizonte e em Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro — na mesma região, Tupaciguara é a  cidade com maior número de veículos incendiados (três ônibus).

    Segundo a polícia, há um padrão nos ataques: os bandidos param os ônibus, mandam todos descerem e ateiam fogo ao veículo. “Eles prometem 15 reais a cada moleque que participa da queima de ônibus. A ordem é mandar descer todo mundo e queimar o veículo”, disse um delegado da área da inteligência. Há ocorrências, no entanto, que diferem um pouco desse padrão. Em Monte Santo de Minas, por exemplo, entraram na garagem da prefeitura com garrafas de álcool e incendiaram dois ônibus escolares.

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    Segundo a PM mineira, pelo menos quarenta pessoas já foram detidas — sendo oito autuadas em flagrante. Um adolescente também foi apreendido. De acordo com a corporação, áudios mostram a responsabilidade da facção nos ataques. Oficialmente, a polícia trata com cautela as informações.

    “Parece-nos que houve, em parte, a orquestração de facção criminosa, mas não podemos determinar isso. A investigação é que vai ditar se esses áudios correspondem aos ataques que foram efetivados”, informou o major Flávio Santiago, porta-voz da PM mineira. Ele afirma que as ocorrências “podem, sim, ter relação com demandas vindas de dentro dos presídios”.

    (com Estadão Conteúdo)

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