O governo do Pará anunciou que 46 detentos do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Estado, serão transferidos após a rebelião que deixou 57 mortos na manhã desta segunda-feira 29. Dentre eles, 10 foram identificados como líderes e serão enviados a prisões federais, enquanto o restante será distribuído para outras cadeias no estado. Outros 6 líderes da rebelião, também identificados, não tiveram a transferência anunciada a princípio.
De acordo com a Secretaria de Segurança do Pará, 16 dos 57 detentos mortos foram decapitados e o restante morreu por asfixia.
Atendimento psicológico e médico foram disponibilizados aos familiares dos presos, que permaneceram durante todos o dia na entrada do presídio em busca da confirmação dos nomes dos mortos. A Polícia Militar permanece dentro da unidade prisional para evitar novos conflitos.
A rebelião começou por volta das 7h, quando um grupo de presos da facção Comando Classe A (CCA) invadiu a ala dos integrantes do Comando Vermelho (CV), facção rival, e colocou fogo em uma das celas.
De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), o conflito foi um acerto de contas e não um protesto contra as condições do sistema prisional. Dois agentes penitenciários foram mantidos reféns, mas foram liberados ao final da rebelião, que foi contida por volta das 12h.
Mais cedo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública ofereceu ao governo do Pará 10 vagas em presídios federais para transferir os líderes da rebelião. Em nota à imprensa, o ministro Sérgio Moro lamentou as mortes na rebelião e determinou que a Força Nacional fique de prontidão para atuar se for necessário. Moro também quer a intensificação do trabalho de inteligência policial.
(Com Agência Brasil)