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PCC volta a ameaçar promotor de morte em bilhete encontrado com preso

Detento foi interceptado antes de se reunir com advogado. Facção também ordenava o assassinato de Roberto Medina, coordenador de unidades prisionais

Por Redação
Atualizado em 18 jul 2020, 11h03 - Publicado em 18 jul 2020, 11h00

Novas ameaças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra autoridades paulistas foram interceptadas nesta sexta-feira, 17, na penitenciária Nestor Canoa, em Mirandópolis, no interior de São Paulo. Um preso estava de posse de um bilhete com ordens para assassinar o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em Presidente Prudente, Lincoln Gakiya, e o coordenador das Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado de São Paulo, Roberto Medina.

A carta foi encontrada após o detento Gabriel Henrique Gomes de Oliveira ser revistado antes de um encontro com o seu advogado, Luiz Francisco Souto Mendes. Conhecido como Zelão, o preso é integrante do PCC e já havia causado problemas durante sua passagem pelo centro de detenção provisória (CDP) de Piracicaba, onde incitou outros criminosos a desestabilizarem os procedimentos de segurança interna.

Além de Zelão, assinam o bilhete outros dois criminosos ligados ao PCC: Jhonatan de Andrade, que entrou para a facção em 2015 e teve posto de liderança no CDP de Piracicaba, e William Fernando de Carvalho, preso por operar o tráfico de drogas para a organização criminosa em Sorocaba.

A carta era endereçada a um criminoso de nome Jonas, que está em liberdade. Nela, os presos confirmam que o “salve” chegaria por meio de um “gravata”, como são chamados os advogados do PCC. No jargão dos criminosos, “salve” é o nome dado às mensagens que a cúpula do PCC passa aos seus integrantes. Os bandidos afirmam no bilhete que esperam “represálias à altura” contra Gakiya e Medina, chamado de “lixo” por eles.

“Até agora não tivemos retorno. Queremos uma posição de vocês urgente, pois é salve, entendeu”, diz o bilhete. Ainda há a exigência para que uma “doutora de confiança” seja enviada ao presídio de Mirandópolis para receber instruções desses três presos. Não há informações sobre quem seria a advogada em questão.

Gakiya e Medina são protegidos por escoltas policiais desde 2018, quando foram interceptadas as primeiras ameaças de morte contra eles. A ordem para assassiná-los seria uma represália contra a transferência de membros da cúpula do PCC para presídios federais, onde as medidas de isolamento são mais rígidas.

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