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Petrobras contratou em 2015 empresa acusada de derramar óleo no Brasil

Empresa era proprietária do navio Delta Kanaris, arrendado pela petroleira à época; operação foi feita para trazer petróleo da Nigéria para o país

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 nov 2019, 19h04 - Publicado em 1 nov 2019, 14h30
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  • A Petrobras contratou, em 2015, a empresa grega acusada de derramar o óleo que está contaminando praias do Nordeste brasileiro. A Delta Tankers era proprietária do navio Delta Kanaris, arrendado pela Petrobras à época. A operação na qual o navio era utilizado trazia petróleo da Nigéria para o Brasil. À época, o governo nigeriano obrigou a Delta Tankers, a Petrobras e uma outra empresa a assinarem um compromisso — “Letter of comfort” — para que não praticassem atividades ilegais no país africano.

    Os transportadores estavam sendo acusados de práticas ilegais no mercado. O governo nigeriano reclamava da cobrança de “taxas extras” para que os carregamentos fossem feitos com agilidade. O principal produto de exportação da Nigéria é petróleo. O Brasil comprava petróleo da Nigéria para misturar com o óleo produzido na camada do pós-sal, principalmente o retirado da bacia de Campos. A partir da mistura, um óleo mais fino, era feito o refinamento e a produção de gasolina. Essa prática diminuiu consistentemente nos últimos anos devido à extração do óleo do pré-sal, mais leve do que o retirado da bacia de Campos.

     

    O navio contratado pela Petrobras não é a embarcação acusada de derramar óleo no oceano. O navio creditado à empresa grega Delta Tankers é o Bouboulina. Procurada por VEJA, a Petrobras afirma que nos contratos de afretamento de embarcações firmados pela estatal está previsto o atendimento rigoroso dos requisitos internacionais relacionados ao transporte marítimo regulamentados pela Organização Marítima Internacional (IMO). “Todos os navios passam por um processo de análise previa de sua documentação, certificados internacionais e autorizações que atestam que estão em conformidade com os requisitos de segurança necessários para a realização das operações”, disse, por meio de nota.

    Busca e apreensão

    O juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, autorizou que fossem feitas buscas e apreensões em endereços ligados à Lachmann Agência Marítima e Witt O Brien’s — ambas com endereços no Rio de Janeiro. De acordo com a decisão, a Lachmann Agência Marítima é a empresa que representou a companhia Delta Tankers no país em março, junho e setembro. A Witt O Briens’s foi apontada, segundo o juiz, como “indivíduo qualificado”, que faz recomendações e planos para empresas marítimas em casos de desastre no mar.

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