Ao investigar as circunstâncias da facada em Jair Bolsonaro, a Polícia Federal recebeu informações de que integrantes de umas das maiores facções criminosas do país tratavam o ex-capitão do Exército como inimigo. Relatórios de inteligência, produzidos por diversos órgãos de segurança pública, apontaram que membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) estavam preocupados com o desfecho das eleições de 2018.
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Clique e AssineDe acordo com registros de interceptações telefônicas, integrantes da organização criminosa diziam estar preocupados com a possibilidade de Bolsonaro ser eleito para governar o país. “Ele não é só um presidente. Ele é um inimigo forte, cara! Por mais que não pareça, ele é um inimigo forte”, disse um preso. Outro membro da quadrilha, irritado, desabafou: “Deixa qualquer um outro no poder, menos esse cara aí, esse Bolsonaro aí (…) este cara quer prejudicar nós, quer prejudicar nossa família, quer prejudicar os menos favorecidos, quer prejudicar pessoas que pensam diferentes”.
Após receber esses áudios, a PF passou a considerar a hipótese de que o PCC estivesse por trás do atentado contra o presidente. Com isso, começou a investigar as relações do ex-garçom Adélio Bispo de Oliveira, algoz de Bolsonaro, com o crime organizado. Servidores do presídio de Juiz de Fora, Minas Gerais, relataram em depoimentos que membros do PCC aplaudiram a chegada do esfaqueador ao pavilhão da penitenciária. Além disso, a Polícia Federal apurou a ficha criminal de um sobrinho de Adélio Bispo, que cumpria pena pela prática de roubo mas não tinha nenhuma relação com o PCC.
Outra suspeita averiguada pela PF envolvia o fato de um dos advogados de Adélio Bispo defender membros do PCC. Após alguns depoimentos e cruzamentos de dados, os investigadores não descobriram nenhuma relação concreta da facção com o atentado. “À mingua de outros elementos que pudessem corroborar a hipótese de participação da facção criminosa PCC, deu-se por encerrada esta linha investigativa”, concluiu o delegado Rodrigo Morais.