A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira a terceira fase da Operação Research (pesquisa em inglês), que investiga desvios na concessão de bolsas de pesquisa na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na primeira fase, deflagrada em fevereiro, a PF descobriu o repasse irregular de verbas para pessoas sem nenhuma ligação acadêmica com a UFPR, como empresário, motorista e assistente administrativo.
A fase de hoje ocorre em parceria com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e com o Tribunal de Contas da União (TCU). São 48 policiais federais e auditores de ambos os órgãos, que estão cumprindo dezenove mandados de condução coercitiva e um de busca e apreensão.
Os mandatos estão sendo cumpridos no Paraná, no Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Norte. Essa nova etapa tem dois eixos de investigação: o rastreamento de recursos, para a descoberta de outros possíveis beneficiários, e a apuração sobre o envolvimento de uma empresa que é fornecedora de recursos da Universidade.
Os valores das bolsas de pesquisa desviados no esquema chegou a 24 mil reais por mês. A UFPR tem entre seus docentes o juiz federal Sergio Moro, que leciona direito penal e processual penal na instituição desde 2007. Atualmente, Moro está licenciado devido à Operação Lava Jato. Foi detectada a participação de ao menos dois funcionários públicos federais nas fraudes – ambos foram presos na primeira etapa da investigação.