Antes da decisão do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, de suspender na noite desta quinta o inquérito aberto a pedido do ministro da Justiça, Anderson Torres, para apurar a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais, a Polícia Federal planejava começar a convocar diretores das empresas para depor nos próximos dias, como mostrou o Radar na edição que está nas bancas.
Torres atendeu uma solicitação da campanha do chefe, o presidente Jair Bolsonaro, e anunciou na terça-feira da semana passada, dois dias após o primeiro turno, que encaminhou à PF um pedido de abertura de investigação sobre “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados’ por alguns institutos”.
Até a segunda-feira, seis dias depois, o procedimento ainda estava sob análise da Superintendência Regional da corporação no Distrito Federal, segundo apurou o Radar.
Moraes também suspendeu o inquérito administrativo aberto nesta quinta pelo presidente do Cade, Alexandre Cordeiro para apurar responsabilidade de institutos de pesquisa por infração à ordem econômica. No despacho, o chefe do Conselho Administrativo de Defesa Econômica — órgão federal, ligado ao Ministério da Justiça — aponta um suposto cartel entre Ipec, DataFolha e Ipespe, que “apresentaram resultados idênticos quanto a diferença entre os candidatos, 14%”.
Os institutos entraram na mira dos bolsonaristas por conta da divergência nos resultados das pesquisas e nos votos recebidos pelo presidente no primeiro turno. As intenções de voto atribuídas a Lula corresponderam, dentro da margem de erro, à votação no petista.