A Polícia Civil do Rio de Janeiro retificou no início da noite deste sábado, 8, o número de mortos na operação realizada na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte da capital. A corporação afirmou durante a tarde que 29 pessoas tinham morrido durante a ação , mas voltou atrás na contagem e confirmou 28 vítimas fatais na operação.
Segundo a Polícia Civil, 27 dos mortos eram criminosos, mas os supostos antecedentes criminais de todas as vítimas ainda não foram apresentados. A outra pessoa morta foi o inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias. Ele foi enterrado neste sábado numa cerimônia que contou com um discurso do secretário da corporação, Allan Turnowski.
Moradores do local continuaram realizando protestos ao longo deste sábado para pedir Justiça aos mortos. Há relatos de que os policias cometeram abusos durante a operação, incluindo execuções de suspeitos que estavam rendidos. Em um ofício encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, falou em “execução arbitrária” na favela. O magistrado analisará um pedido que aponta que a polícia descumpriu a decisão que proíbe operações nas favelas durante a pandemia de Covid-19.
A operação da Polícia Civil no Jacarezinho é alvo de uma investigação independente do Ministério Público. A ação ganhou repercussão negativa de entidades por causa do número de mortos. Na operação, foram apreendidas 16 pistolas, seis fuzis, 12 granadas, uma submetralhadora e uma escopeta, além de drogas. Em entrevista coletiva na quinta-feira, 6, a cúpula da Secretaria de Polícia Civil afirmou que não houve execuções.