A Polícia Civil de Goiás concluiu nesta segunda-feira o inquérito que investigava o assassinato da estudante Raphaella Noviski, de 16 anos, dentro de uma sala de aula do Colégio Estadual 13 de Maio, na cidade de Alexânia (GO). O autor dos onze tiros no rosto da jovem, Misael Pereira Olair, de 19 anos, foi indiciado pelo crime de feminicídio, assim como Davi José de Souza, de 49 anos, que levou o assassino até o colégio. Eles podem pegar até 30 anos de prisão.
Já José Alberto Moreira dos Santos e Wilkenedy Gomes dos Santos, que venderam a Misael o revólver utilizado no crime, foram indiciados por comércio ilegal de arma de fogo. Segundo a delegada Rafaela Wiezel, responsável pelo caso, Wilkenedy era o dono do revólver, vendido por 2.000 reais. A arma foi deixada a ele por um primo, que morrera na semana anterior. José Alberto intermediou a venda e ganhou uma comissão de 300 reais.
A polícia não encontrou indícios de que os dois soubessem da intenção de Misael de matar Raphaella e, por isso, eles não foram responsabilizados por participação no assassinato.
A investigação foi concluída uma semana depois do crime. Na segunda-feira da semana passada, Misael Pereira Olair pulou o muro da escola e invadiu a sala do 9º ano do ensino fundamental usando uma máscara. Ele se dirigiu à jovem e disparou onze tiros no rosto dela.
Em depoimento à polícia, Misael disse que decidiu matar Raphaella porque “sentia ódio” da garota. “Ele contou que tentou namorá-la várias vezes, mas sempre era rejeitado. E, a cada vez que dava errado, ele sentia esse ódio crescendo dentro dele. Foi então que comprou a arma”, afirmou a delegada Rafaela Wiezel a VEJA no dia do crime. O assassino relatou ter conhecido a menina pelo Facebook e que morava próximo a ela em Alexânia.
A delegada disse ainda que, ao questionar o jovem sobre o motivo de ter atirado no rosto de Raphaella, ele respondeu: “Porque queria que ela morresse logo e não sentisse dor”.
Misael foi preso em flagrante. Junto com ele, a polícia encontrou a arma do crime, uma faca, uma máscara e veneno. Ele disse à polícia que cometeria suicídio depois de assassinar a jovem.