Polícia penal de SP tem um dos piores salários do País, mostra pesquisa
Agentes paulistas recebem R$ 3,5 mil por mês, metade do que é pago aos servidores de Pernambuco, onde há cinco vezes menos detentos
Um levantamento feito pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifufesp) aponta que os policiais penais paulistas possuem o terceiro pior salário da categoria em relação ao que é pago em outras regiões do Brasil. Segundo a pesquisa, os agentes de SP recebem por mês R$ 3,5 mil – aproximadamente a metade da remuneração dos servidores de Pernambuco, estado que ocupa a primeira posição do ranking.
A diferença entre as folhas salariais dos policiais penais de SP e de Pernambuco é inversamente proporcional ao que se nota em relação à população carcerária de cada estado. Enquanto os agentes paulistas apresentam salários menores, a população carcerária dessa região é superior a 197 mil detentos – cinco vezes mais que a de Pernambuco, que é de cerca de 32,9 mil. Os paulistas cuidam de 30% da população carcerária do País.
O pior salário da categoria se encontra no estado de Sergipe, onde os policiais penais recebem mensalmente R$ 2,7 mil, de acordo com a pesquisa. Em seguida, vem Rondônia, onde esses servidores têm salário de R$ 3,4 mil. No topo da tabela, abaixo de Pernambuco, aparecem os estados do Maranhão, onde o contracheque desses funcionários é de R$ 7,1 mil, e Tocantins, com salários de R$ 6,6 mil a agentes penais.
As informações reunidas pela entidade tiveram como base os dados fornecidos pelo portal da transparência de cada estado.
O sindicato também sinaliza que São Paulo é um dos poucos estados onde o governo não fornece armamento a policiais penais, muito embora tenham direito a porte de armas. Além de São Paulo, Amazonas e Bahia também passam pelo mesmo problema. “ Muitos policiais gastam o que não podem para comprar uma arma para se proteger e proteger suas famílias, porque o estado fornece o perigo, mas nega a proteção a esses servidores”, afirma o presidente do Sifuspesp, Fábio Jabá.