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Por que autoridades batem cabeça para definir prisão da mãe de Henry

Nesta quarta-feira, 29, a Justiça mandou Monique para o presídio onde ela teria sido ameaçada por falta de estrutura em unidade da PM para custodiá-la

Por Adriana Cruz 29 jun 2022, 19h16
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  • A decisão dos desembargadores da 7ª Câmara Criminal, que revogou após três meses a prisão domiciliar e retorno à cadeia da professora Monique Medeiros, acusada da morte do filho Henry Borel, de 4 anos, gerou uma nova batalha na Justiça para saber em qual unidade ela vai ficar atrás das grades. Monique, que responde pelo crime com o ex-namorado médico e vereador cassado Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, se apresentou à polícia ainda na noite de terça-feira, 28. A ordem judicial era para que ela fosse encaminhada a um presídio da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros. Mas como a PM informou que em sua unidade haveria restrições para encarceramento, como o banho de sol, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, após decisão do colegiado, decidiu que o destino de Monique fosse o Instituto Penal Santo Expedito, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste da Cidade.

    Os advogados da mãe de Henry voltaram a recorrer à Justiça, nesta quarta-feira, 29, sob o argumento de que foi no Instituto Penal Santo Expedito que Monique recebeu ameaças de outras presas. O caso veio à tona em depoimento em audiência no 2º Tribunal do Júri, onde é processada pela morte do filho, em fevereiro. Uma delas é Fernanda Silva Almeida, conhecida como Fernanda Bumbum, que teria brigado com Monique na cela K. A discórdia, segundo Fernanda Bumbum, começou quando Monique a acusou de “roubo de medicação”. A partir daí, mais seis presas passaram para o lado de Fernanda Bumbum, entre elas Elaine Pereira Figueiredo Lessa, detida por tráfico internacional de armas. Ela é casada com com o PM reformado Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSol) e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Na petição encaminhada à 7ª Câmara Criminal, a que VEJA teve acesso, a defesa de Monique alegou que “tomou conhecimento que a requerente está sendo encaminhada para unidade (…), o que colocará em risco sua integridade física, ante as ameaças comprovadamente sofridas”, diz um dos trechos. Mas o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto manteve a ordem de encaminhar Monique à unidade.

    No início da noite, Monique chegou ao Instituto Penal Santo Expedito. Ela ficará em uma cela longe de Fernanda Bumbum. Mas, os advogados da mãe de Henry prometeram entrar com novo recurso para retirá-la do presídio sob a alegação de falta de segurança. Monique ganhou a liberdade, em abril, concedida pela juíza do 2º Tribunal do Júri, Elizabeth Machado Louro. A magistrada alegou, na decisão, que “mesmo em ambiente carcerário, multiplicaram-se as notícias de ameaças e violação do sossego da requerente, que não obstante não tenham sido comprovadas ganharam o fórum das discussões públicas na imprensa e nas mídias sociais, recrudescendo, ainda mais, as campanhas de ódio contra ela dirigidas”. Para derrubar essa decisão, o Ministério Público recorreu. Ao analisar o caso, os desembargadores entenderam que as ameaças nem sequer foram comprovadas, mas decidiram que, por questões de segurança, Monique não voltaria a uma carceragem da Secretaria de Administração Penitenciária, mas iria ser custodiada em uma unidade da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros. O que não aconteceu.

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