O professor de artes Haroldo de Paiva Pereira, do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), em Ouro Preto, morreu nesta quinta-feira (17), quatro dias após ser espancado em sua casa. Ele tinha 60 anos e estava internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Além das aulas, Haroldo era conhecido pelo ativismo contra a homofobia.
A Polícia Militar foi chamada por uma vizinha do professor que percebeu que a porta de sua residência a estava aberta, sem que Haroldo tivesse saído. Ele foi encontrado caído com diversos traumas na cabeça e no rosto e foi encaminhado para o hospital. Ele morreu devido à gravidade dos ferimentos.
Segundo testemunhas, o professor foi visto na noite de sábado, um dia antes da agressão, em um bar conhecido da região. Outro depoimento apontou que, por volta das três da manhã de domingo, haviam dois veículos estacionados em frente à casa de Haroldo.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito foi preso e confessou e crime. O acusado foi encontrado a partir de imagens das câmeras de segurança da região.
Haroldo era conhecido na instituição de ensino pela sua militância LGBT e algumas entidades relacionou o crime à homofobia. O Movimento Itabiritense de Lésbicas Gays Bissexuais e Travestis (ITALGBT) fez uma declaração, nas redes sociais, sobre o professor, usando a hashtag #ParemDeNosMatar.
“Agradecemos imensamente a grande contribuição que Haroldo deu aos seus alunos e a sociedade ouro pretana, que será sempre lembrado pelo profissionalismo, inteligência, competência e sensibilidade para lidar com as adversidades, fazendo um enfrentamento a LGBTfobia. Sua morte não será em vão”, disse o movimento.
O IFMG divulgou, após a morte, uma nota de pesar. “É com pesar que o IFMG – Campus Ouro Preto informa o falecimento do Professor Haroldo de Paiva Pereira, professor de Artes, ocorrido na madrugada desta quinta-feira (17/01/2019). O IFMG – Campus Ouro Preto solidariza-se com a família enlutada”, afirmou.