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PSDB decide ficar no governo até conhecer áudio contra Temer

Anúncio foi feito pelo novo presidente do partido, senador Tasso Jereissati, que assumiu o cargo no lugar de Aécio Neves, que se licenciou após acusação

Por Da Redação
18 Maio 2017, 18h42

Após uma discussão tensa, que se estendeu durante todo o dia, o PSDB decidiu, no início da noite desta quinta-feira, continuar no governo do presidente Michel Temer (PMDB) enquanto o partido não tiver acesso ao conteúdo integral das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, da JBS, que acusam o peemedebista de incentivar o pagamento de propina para silenciar o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O anúncio foi feito pelo novo presidente nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE), que assumiu o cargo em razão da licença pedida pelo senador Aécio Neves (MG), também gravado pelo empresário pedindo R$ 2 milhões para, segundo ele, pagar sua defesa na Operação Lava Jato.

“Mantendo sua responsabilidade com o país, que enfrenta uma crise econômica sem precedentes, o PSDB pediu aos seus quatro ministros que permaneçam em seus respectivos cargos, enquanto o partido, assim como o Brasil, aguarda a divulgação do conteúdo das gravações dos executivos da JBS”, escreveu Jereissati.

Os quatro ministros do PSDB no governo Temer são Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). Araújo e Nunes defendiam a saída do governo, enquanto Imbassahy trabalhava, segundo VEJA apurou, por uma solução para evitar a debandada tucana neste momento.

De manhã, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos líderes do partido, chegou a pregar a renúncia de Temer, mas também pediu a divulgação antes do conteúdo das gravações. “É preciso saber com maior exatidão os fatos que afetaram tão profundamente nosso sistema político e causaram tanta indignação e decepção. É preciso dar publicidade às gravações e ao fundamento das acusações. Os atingidos por elas têm o dever de se explicar e oferecer à opinião pública suas versões. Se as alegações de defesa não forem convincentes, e não basta argumentar, são necessárias evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia”, escreveu em sua conta na rede social Facebook.

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Desde o início da atual crise, com a divulgação pelo jornal O Globo, do conteúdo da delação premiada de Joesley, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal, apenas o ministro Roberto Freire (Cultura), presidente nacional do PPS, deixou o cargo. A legenda tomou a posição de abandonar o governo Temer.

Seu colega de partido Raul Jungmann (Defesa), também teria ensaiado entregar o cargo, mas recuou por causa da especificidade da pasta que comanda. “A decisão de sair é política do partido, todos achavam que eu devia sair. Não volto atrás. Mas não vamos fazer oposição ao governo. O Raul fica por causa das Forças Armadas, ali é melhor não criar nenhum problema ” disse Freire a VEJA, a caminho de reunião com Temer no Palácio do Planalto.

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