Parte do efetivo de 8.500 militares das Forças Armadas e 620 homens da Força Nacional de Segurança determinado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para reforçar a segurança no Rio de Janeiro já opera nas ruas e avenidas da Região Metropolitana da capital fluminense. Desde o inicio da tarde, soldados do Exército estavam posicionados em pontos estratégicos, com apoio de motos, jipes e até blindados, fazendo blitzes, parando carros suspeitos e checando documentos.
Enquanto os ministros da Defesa, Raul Jungmann, da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, e o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, concediam a entrevista coletiva para detalhar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) assinado pelo presidente, soldados montavam uma blitz no Arco Metropolitano e circulavam por regiões como a Ilha do Governador, na Zona Norte, e São Gonçalo.
Durante a tarde, militares patrulhavam o calçadão de Copacabana e avenidas do bairro de Botafogo, na Zona Sul, a Ponte Rio-Niterói e trechos da Rodovia Presidente Dutra, que liga a capital fluminense a São Paulo.
No entroncamento da Linha Vermelha com a Rodovia Washington Luiz (BR 040), duas importantes vias de acesso ao Rio, homens do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista montaram um posto de monitoramento para fiscalizar veículos. Segundo o capitão que comandava a operação, não há prazo específico para aquela missão e a qualquer momento eles poderiam ser mobilizados para outro ponto.
Conforme a ordem assinada por Michel Temer e publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira, os militares atuarão no Rio entre hoje e o dia 31 de dezembro. Ao falar sobre as ações, Jungmann ressaltou que as operações do Plano Nacional de Segurança no estado, como Temer já adiantara, vão até o dia 31 de dezembro de 2018. A determinação estipulou o fim de dezembro deste ano como prazo por uma questão orçamentária, segundo o ministro.
O decreto assinado pelo presidente prevê que, antes do início da ação dos militares, o planejamento de cada operação que envolverá soldados deverá ser aprovado por Raul Jungmann, Torquato Jardim e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sérgio Etchegoyen. Segundo Jungmann, o Exército atuará a partir de demandas da Secretaria de Segurança Pública fluminense, mas não ocupará áreas, aos moldes do que já ocorreu no Complexo da Maré, na Zona Norte da capital fluminense.
‘Situação que angustia brasileiros’
Depois de assinar o decreto autorizando o uso das Forças Armadas no Rio de Janeiro, o presidente Michel Temer comentou a decisão por meio de um vídeo publicado em sua conta oficial no Twitter (veja abaixo).
Temer iniciou a mensagem afirmando que o emprego de militares está amparado pela Constituição Federal e em seguida dirigiu sua fala aos moradores do Rio de Janeiro, justificando o decreto pela gravidade da crise de segurança pública no estado. “O objetivo da missão é defender a integridade da população, preservar a ordem pública e garantir o funcionamento das instituições. O agravamento da situação de segurança pública está no centro de nossas preocupações. Ao longo do meu governo, acompanho e instruo os ministérios a tomar as medidas necessárias para enfrentar esse desafio”, disse Michel Temer.
O presidente finalizou o vídeo dizendo que a medida tomada hoje “é mais um passo no combate a essa situação que hoje inquieta e angustia todos os brasileiros, particularmente os moradores do Rio de Janeiro”.
(com Agência Brasil)