O ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), assessor do presidente Michel Temer, pediu demissão na noite desta terça-feira. Mabel, considerado um importante articulador do governo, é o segundo assessor de Temer a sair do governo em 24 horas.
O ex-parlamentar, no entanto, não será exonerado – como aconteceu com o assessor Tadeu Filippelli, preso pela Polícia Federal nesta terça suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção em obras do estádio Mané Garrincha, em Brasília. Filippelli é ex-vice-governador do Distrito Federal. Mabel ocupava o cargo de ‘colaborador voluntário’, portanto não recebia salário.
Mabel tinha o poder de articulação no Congresso e entre empresários e, assim como Filippelli e o próprio Temer, despachava do 3º andar do Palácio do Planalto. O ex-parlamentar foi citado na delação da Odebrecht acusado de pedir 2 milhões de reais, quando deputado, para aprovar uma medida provisória em 2004 que reduziria alíquota de impostos.
Em sua carta de demissão, Mabel alega que já havia combinado na semana passada que deixaria o governo e que precisava voltar para casa para retomar convivência com família.
Em uma das partes, o ex-deputado elogia o governo Temer. “Graças ao bom Deus e sua credibilidade iniciou-se uma nova era, uma era de recuperação de um Brasil que havia sido praticamente destruído.”
Além de Mabel e Filippelli, outros dois assessores de Temer deixaram o Planalto: José Yunes, que foi citado na delação da Odebrecht, e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), afastado da Câmara dos Deputados por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), após ser flagrado pela Polícia Federal carregando uma mala com 500 mil reais em propina – ele também é citado na delação da JBS. Rocha Loures assumiu o mandato de deputado federal no lugar de Osmar Serraglio,que assumiu o Ministério da Justiça.