Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Secretária das propinas da Odebrecht diz não conhecer Palocci

Maria Lúcia Guimarães Tavares prestou depoimento ao juiz federal Sergio Moro nesta sexta-feira

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 20h08 - Publicado em 3 fev 2017, 14h59
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Maria Lúcia Guimarães Tavares, funcionária da Odebrecht, presa na 23ª fase da Operação Lava Jato, no IML (Instituto Médico Legal) de Curitiba, no Paraná, para exame de corpo de delito, nesta quarta-feira (24)
    Maria Lúcia Guimarães Tavares, funcionária da Odebrecht, presa na 23ª fase da Operação Lava Jato, no IML (Instituto Médico Legal) de Curitiba, no Paraná, para exame de corpo de delito, nesta quarta-feira (24) (Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress)

    Maria Lúcia Guimarães Tavares, ex-secretária do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, o departamento de propinas da empreiteira, prestou depoimento ao juiz federal Sergio Moro nesta sexta-feira. Por videoconferência, ela falou na condição de testemunha de acusação na ação penal que tem como réus, entre outros, o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, o marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura.

    Diante de Moro, Maria Lúcia, que trabalhou por onze anos no setor de propinas e foi a primeira funcionária da Odebrecht a fechar acordo de delação premiada, disse que encaminhou pagamentos relacionados à planilha “Programa Especial Italiano”, mas não conhece Palocci e não sabe a quem se refere o codinome italiano. Segundo o Ministério Público Federal, este era o apelido do ex-ministro na empreiteira.

    “Só conheço da televisão”, respondeu a ex-secretária, quando Palocci foi colocado diante da câmera para que ela o reconhecesse. Ela também disse não saber quem é e nunca ter visto o ex-assessor de Palocci Branislav Kontic, também réu na Justiça Federal.

    O único codinome das planilhas da Odebrecht cujo “dono” a ex-secretária conhece é “Feira”, referência à mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura. De acordo com Maria Lúcia, ela só soube do apelido de Mônica porque a mulher de Santana foi até a sede da Odebrecht duas vezes para “saber endereço para pegar um dinheiro e também levar uma conta”.

    Questionada pelo MPF, a ex-secretária da Odebrecht confirmou que os pagamentos feitos a Mônica Moura pertenciam à “contabilidade paralela” da empreiteira. Réus na mesma ação penal que Antonio Palocci, Santana e Mônica foram condenados ontem por Sergio Moro a 8 anos e 4 meses de prisão cada um, em outra ação penal da Lava Jato.

    A primeira delatora da Odebrecht

    Foi na casa de Maria Lúcia que a Polícia Federal apreendeu, na 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé, as primeiras planilhas com codinomes e valores do setor de propinas.

    Continua após a publicidade

    Os documentos e as revelações da ex-secretária em sua delação premiada levaram à deflagração da 26ª fase da Lava Jato, que mirou o setor montado pela Odebrecht especialmente para o pagamento de propinas e levou à cadeia os executivos que o comandavam.

    “Recebia uma planilha com codinomes, com valores e datas de entrega. Esperava o chefe mandar para mim para os endereços e passava para os prestadores de serviço”, relatou a Moro.

    “Eles mandavam fazer o serviço, pra mim aquilo era normal. Mas depois com o tempo eu fui verificar que aquilo era ilícito. Eu nunca procurei querer saber. Foi minha ignorância, foi meu erro, não procurar saber o porquê daquilo. Eu já estava há muito tempo na empresa, fui fazendo”, afirmou a ex-secretária ao juiz.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.