Traficante brasileiro é preso em condomínio de luxo no Paraguai
Procurado pela Interpol, ele havia fugido do Brasil após ganhar o benefício de prisão domiciliar por causa da pandemia de Covid-19
A Polícia Federal paraguaia prendeu nesta terça-feira, dia 4, o narcotraficante Fabrício Santos da Silva, conhecido como Nenê. Acusado de chefiar uma facção criminosa do Rio Grande do Sul, Os Manos, ele havia ganhado o benefício de cumprir prisão domiciliar, em março, por ter doenças pré-existentes. Logo que saiu, no entanto, rompeu a tornozeleira eletrônica e fugiu. Incluído na lista de foragidos da Interpol, acabou sendo detido hoje num condomínio de luxo de Hernandarias, na Região Metropolitana de Ciudad del Este.
A ação foi filmada e divulgada com alarde pelas autoridades paraguaias (confira abaixo) – no vídeo, os agentes arrombam a porta, encontram o foragido na cama e o obrigam a dizer o nome. Ele não ofereceu resistência. No Brasil, Silva tem cerca de 70 anos de condenação pelos crimes de tráfico de drogas, roubo e homicídio.
[AHORA]
Detención de Fabrício Santos Da Silva, alias "Guri" o "Nené", jefe brasileño de la Organización Criminal "Os Manos" de Río Grande Do Sul.
Fue detenido en un lujoso condominio en Hernandarias. El hombre tiene más de 70 años de condena por varios crímenes en Brasil. pic.twitter.com/RHMeGrsvEm
— SENAD Paraguay (@senad_paraguay) August 4, 2020
Dada a sua periculosidade, ele chegou a ser transferido para a penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 2017. Na época, foi acusado de participar de um plano de fuga que envolveu a abertura de um túnel debaixo do Presídio Central de Porto Alegre – a ação acabou sendo frustrada. Depois, o bandido regressou ao sistema penitenciário gaúcho, da onde conseguiu o benefício penal.
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Clique e AssineInvestigações feitas pela Polícia Civil e o Ministério Público do Mato Grosso do Sul apontam que a facção Os Manos tem associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) para operar o tráfico de drogas no Rio Grande do Sul. De origem paulista, o PCC se espalhou por todos os estados brasileiros e tem bases de operação no Paraguai e Bolívia, da onde vem a cocaína e a maconha comercializada no Brasil e enviada para o exterior.
O criminoso foi levado à base de Imigração da Ponte da Amizade, entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, e foi entregue às autoridades brasileiras.