Traficante brasileiro é preso em condomínio de luxo no Paraguai
Procurado pela Interpol, ele havia fugido do Brasil após ganhar o benefício de prisão domiciliar por causa da pandemia de Covid-19

A Polícia Federal paraguaia prendeu nesta terça-feira, dia 4, o narcotraficante Fabrício Santos da Silva, conhecido como Nenê. Acusado de chefiar uma facção criminosa do Rio Grande do Sul, Os Manos, ele havia ganhado o benefício de cumprir prisão domiciliar, em março, por ter doenças pré-existentes. Logo que saiu, no entanto, rompeu a tornozeleira eletrônica e fugiu. Incluído na lista de foragidos da Interpol, acabou sendo detido hoje num condomínio de luxo de Hernandarias, na Região Metropolitana de Ciudad del Este.
A ação foi filmada e divulgada com alarde pelas autoridades paraguaias (confira abaixo) – no vídeo, os agentes arrombam a porta, encontram o foragido na cama e o obrigam a dizer o nome. Ele não ofereceu resistência. No Brasil, Silva tem cerca de 70 anos de condenação pelos crimes de tráfico de drogas, roubo e homicídio.
https://twitter.com/senad_paraguay/status/1290599557773000706
Dada a sua periculosidade, ele chegou a ser transferido para a penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 2017. Na época, foi acusado de participar de um plano de fuga que envolveu a abertura de um túnel debaixo do Presídio Central de Porto Alegre – a ação acabou sendo frustrada. Depois, o bandido regressou ao sistema penitenciário gaúcho, da onde conseguiu o benefício penal.
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Investigações feitas pela Polícia Civil e o Ministério Público do Mato Grosso do Sul apontam que a facção Os Manos tem associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) para operar o tráfico de drogas no Rio Grande do Sul. De origem paulista, o PCC se espalhou por todos os estados brasileiros e tem bases de operação no Paraguai e Bolívia, da onde vem a cocaína e a maconha comercializada no Brasil e enviada para o exterior.
O criminoso foi levado à base de Imigração da Ponte da Amizade, entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, e foi entregue às autoridades brasileiras.