A última das 489 mulheres presas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, uma catarinense, de 55 anos, foi solta nesta sexta-feira, 1º. Dirce Rogério, acusada de participar dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, estava há quase oito meses na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. A prisão foi revogada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Apesar da soltura, Dirce continua sendo processada. A catarinense, flagrada ao participar dos atos golpistas, é ré no STF e responde por crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e dano qualificado. Ela, que vive no Alto Vale do Itajaí catarinense, teve sua soltura condicionada a medidas cautelares. Terá que usar tornozeleira eletrônica, está proibida de sair de casa à noite, tem restrições no uso de redes sociais e não pode deixar a cidade onde mora.
Em 8 de janeiro passado, dia das invasões e ações de vandalismo no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto e na manhã seguinte chegaram a ser presas 2195 pessoas. Desse total, 795 foram liberadas pouco depois por serem idosas, terem comorbidades ou se tratar de mulheres com filhos menores de 12 anos. O restante, 917 homens foram levados para o Complexo Penitenciário da Papuda e quase 500 mulheres encaminhadas para o presídio conhecido como Colmeia.
Ao longo dos últimos meses, a maioria dos detentos foi liberada sob o cumprimento de medidas cautelares. O valor total de dinheiro público estimado para cobrir os prejuízos causados pelos atos golpistas de 8 de janeiro aos prédios dos Três Poderes supera 20 milhões de reais.