Vereador e ex-PM estão entre investigados no caso Marielle, diz Jungmann
Ministro da Segurança Pública declarou que a apuração do assassinato está na 'etapa final'. 'Em breve, vamos ter resultados', afirmou
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quinta-feira (10) que a investigação sobre os assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, na noite de 14 março, “está chegando na sua etapa final”. Jungmann confirmou que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, estão entre os investigados. O jornal O Globo publicou na última terça-feira (8) que uma testemunha apontou Siciliano e Orlando como mandantes dos assassinatos.
“Eu acredito que, em breve, vamos ter resultados”, afirmou o ministro, após presidir a primeira reunião da Câmara Intersetorial de Prevenção Social e Segurança.
Perguntado sobre a participação do vereador e do ex-PM, que lidera uma milícia na Zona Oeste da cidade, Raul Jungmann lembrou já ter mencionado que o crime apontava para a atuação de grupos paramilitares. “Não estou dizendo que são esses especificamente. Agora, tem dois níveis que tenho que observar: um é o do jornalismo e as suas informações que, evidentemente, têm que ser investigadas. E outro é a própria investigação em si sobre a qual a gente, por óbvios motivos, não tem aqui como ficar comentando. O que eu posso dizer é que estes e outros todos são investigados”, disse.
Nesta quarta-feira (9), Marcello Siciliano negou participação no assassinato. “Quero expressar minha indignação como ser humano. Estou perplexo. Minha relação com a Marielle era muito boa. Podem buscar as câmeras da Câmara. Ela sentava na minha frente, a gente conversava muito, se abraçava, se beijava. Nunca teve conflitos políticos. Ela participou da minha festa de aniversário. Estou sendo massacrado nas redes sociais. Mais do que nunca, quero que o caso seja resolvido” disse Siciliano, em entrevista coletiva convocada por ele em um prédio no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
Percepção de insegurança
Sobre a situação de violência no Rio de Janeiro, que passa por uma intervenção federal na segurança pública, Jungmann disse que a percepção da mudança ainda não alcançou a maioria da população. “Mas as medidas saneadoras estão sendo tomadas e elas vão apresentar resultados. É preciso ter confiança e entender que está no rumo certo e nós vamos ter redução, sem sombra de dúvida, da violência e insegurança no Rio de Janeiro proximamente”, afirmou.
“Quando isso vai acontecer? Quando germinarem o resultado das ações que estão sendo feitas, inclusive, refundando praticamente as polícias do Rio de Janeiro, reestruturando o sistema carcerário que estava um caos”, completou.
Na tarde desta quinta-feira, o presidente Michel Temer discute, no Palácio do Planalto, a intervenção na segurança fluminense com o interventor, general Walter Souza Braga Netto. Também participarão da conversa Jungmann, o secretário de Segurança Pública do estado, general Richard Nunes, e o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Freire Gomes.