Vida despedaçada
Namorador, amigo solidário e excelente aluno, Andreas von Richthofen, encontrado durante um surto, tinha se isolado completamente havia dois anos
Expressões como “olhos vidrados”, “higiene precária” e sinais de “abuso de substâncias ilícitas” constavam do boletim médico registrado na terça-feira 30 de maio no Hospital Municipal de Campo Limpo em nome de Andreas Albert von Richthofen, identificado até hoje por boa parte dos adultos brasileiros como “o irmão de Suzane Richthofen”, a jovem que planejou o assassinato dos próprios pais. Andreas, hoje com 29 anos, foi preso às 7h35 daquele dia depois que moradores da Chácara Monte Alegre, bairro da Zona Sul de São Paulo, relataram à polícia ter visto um jovem branco, de estatura média, correndo desorientado pela Rua Engenheiro Alonso de Azevedo, com a roupa rasgada e ferimentos no corpo. Pouco antes, o jovem havia pulado o muro de uma das casas da região. O rapaz, segundo a PM, apresentava sinais de confusão mental, não encadeava frases e dizia ter tentado entrar na casa de um tio que vivia ali.
Em meio ao desnorteio, ele demonstrava preocupação em manter junto de si uma corrente com o brasão dourado com o sobrenome da família. Na noite da internação, Andreas foi transferido para a Casa de Saúde São João de Deus, um hospital psiquiátrico em Pirituba, na Zona Oeste, que recebe usuários de droga. Segundo funcionários, até o fim da semana passada ele apresentava comportamento agressivo e sinais de pânico — médicos e enfermeiros tiveram de detê-lo ao menos uma vez porque o rapaz queria ir embora a qualquer custo. Para que se acalmasse, foi deixado sozinho na primeira noite em uma espécie de solitária.
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