Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Witzel deixará para cada prefeito decidir sobre lockdown no Rio

No encontro virtual com chefes do Legislativo e Judiciário, governador afirmou que Polícia Militar ficará à disposição para ajudar

Por Cássio Bruno, Jana Sampaio Atualizado em 7 Maio 2020, 16h40 - Publicado em 7 Maio 2020, 15h46
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em reunião realizada nesta quinta-feira, 7, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), decidiu que deixará a cargo dos prefeitos do estado se decretam ou não o lockdown para combater o novo coronavírus, segundo apurou VEJA. Participaram da reunião o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), e o presidente do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), desembargador Cláudio de Mello Tavares. Com o avanço do número de casos de coronavírus e a rede pública hospitalar em colapso, o Ministério Público (MP-RJ) deu um prazo de 72 horas para Witzel elaborar um estudo técnico embasado em análises sobre informações estratégicas em saúde, vigilância sanitária, mobilidade urbana e segurança social que justificassem ou condenassem o isolamento total. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que se manifestou a favor da medida, entregou um relatório ao MP-RJ em que endossa a necessidade da ação e, em particular, na Região Metropolitana.

    No encontro virtual, Wilson Witzel afirmou que os prefeitos terão à disposição a Polícia Militar para ajudar com o lockdown. O governador chegou a avaliar se juridicamente essa tomada de decisão cabia ao poder executivo (no caso, o governo do estado) ou ao judiciário. No Maranhão, onde desde o dia 30 de abril quatro municípios da região metropolitana de São Luiz estão em lockdown, a determinação partiu da Justiça.

    O prefeito da capital, Marcelo Crivella (Republicanos), fará uma reunião nesta sexta-feira, 8, com uma comissão de cientistas que vem subsidiando suas decisões para discutir o documento da Fiocruz, que recomenda o lockdown. Crivella já havia apertado o cerco e decretou o bloqueio parcial de três bairros na Zona Oeste da cidade, onde a taxa de letalidade da Covid-19 tem se mostrado extremamente alta – uma morte para cada cinco doentes.

    Witzel também tratou da questão econômica neste encontro. De acordo com os dados mais recentes, a estimativa é de perda de arrecadação de R$ 15 bilhões para este ano, em relação à Lei Orçamentária de 2020. Deste total, pelo menos R$ 4 bilhões são provenientes de receitas de royalties e participações especiais e R$ 11,7 bilhões de arrecadação em ICMS, decorrente da desaceleração da atividade econômica no estado. Com isso, a previsão do déficit nas contas, para 2020, que era em torno de R$ 10 bilhões no início do ano, deve passar para R$ 25 bilhões.

    Continua após a publicidade

    Na última terça-feira, 5, Witzel anunciou que reforçaria a fiscalização para punir quem descumprisse o isolamento social. O governador explicou que serão fechados e multados os estabelecimentos comerciais que não estão autorizados a funcionar, por não serem prestadores de serviços essenciais. Além disso, de acordo com Witzel, as pessoas que forem flagradas em aglomerações serão levadas para a delegacia e serão autuadas pelo crime de desobediência. Dados do governo mostram que 60% da população estão nas ruas. “Estamos intensificando essas medidas para impedir que a população se contamine e tenhamos mais pessoas indo para os hospitais públicos e privados, que estão no seu limite de atendimento neste momento”, disse.

    De acordo com o boletim epidemiológico oficial, o estado do Rio registra 1.205 óbitos e 13.295 casos confirmados do novo coronavírus.

    Hospitais de campanha

    Até o momento, dos dez hospitais de campanha previstos para serem inaugurados em abril pelo governo do estado, apenas a unidade do Leblon está funcionando – com capacidade de 200 leitos, metade já foi disponibilizada para atendimento. A expectativa é que o restante seja entregue até o fim do mês de maio, quando 1800 leitos, sendo 590 destinados para Unidade de Tratamento Intensivo, estariam disponíveis aos doentes. Os primeiros a serem inaugurados devem ser Maracanã, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Entre os motivos que causaram o atraso está a corrupção na compra emergencial de respiradores para pacientes com covid-19.

    Esse foi o motivo da prisão do ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro Gabriell Neves em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público estadual. Neves e mais três pessoas, que também foram detidas, foram presas no mesmo dia em que ocorreu a reunião para definir a adoção de lockdown no estado. Em entrevista exclusiva a VEJA, em 24 de abril, ele responsabilizou seu ex-chefe, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, por ter autorizado todos contratos de quase um bilhão de reais, mas negou irregularidades.

    Além dos respiradores, foram adquiridos testes rápidos e máscaras sem licitação. O valor total previsto no contrato das unidades de saúde é de R$ 770 milhões por seis meses de operação. Gabriell Neves foi exonerado pelo governador Wilson Witzel em dia 20 de abril exatamente por denúncias de vantagens indevidas.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.