Qual é o peso da hereditariedade na tendência a ter depressão? Se pais sofrem com o mal, pode ocorrer o mesmo com seus filhos? São perguntas que persistem na comunidade científica. Uma pesquisa publicada na quinta-feira (26) pode indicar algumas respostas.
Para tanto, o consórcio de 200 cientistas, de 161 instituições ao redor do planeta, mapeou dados de 135 mil pessoas com depressão aguda e também de 344 mil de indivíduos completamente saudáveis nesse sentido. Assim foram identificados 44 genes associados a estágios severos da condição.
Com isso já se tornou possível concluir que, em casos mais graves, a hereditariedade tem um peso importante na ocorrência da doença. Também se conseguiu associar o problema a outras características do DNA. Escreveram os pesquisadores em artigo publicado na Nature Genetics, renomado periódico da área: “Achamos relações evidentes do risco genético à depressão com níveis educacionais, peso corporal e esquizofrenia. Todos os humanos carregam com si menores ou maiores fatores de risco para a depressão aguda”.
Estima-se que a forma mais grave desse mal afeta 14% da população. Sendo que tão-somente metade dos pacientes responde bem aos tratamentos existentes. Segundo os autores do estudo, o achado abre caminho para a criação de tratamentos mais eficientes, tanto por meio de terapias quanto de medicamentos que possam bloquear a ação de substâncias produzidas a partir dos genes identificados. Acrescentaram eles, no artigo: “A chamada desordem maior depressiva é uma doença comumente acompanhada de considerável morbidez, mortalidade, custos financeiros e alto risco de suicídio”.