Amizade à primeira vista: estudo mostra que o cérebro prevê quem será nosso amigo
Amizades sólidas tendem a surgir quando cérebros funcionam em sintonia, revelando que não são apenas gostos que aproximam, mas a visão de mundo compartilhada
Pessoas cujos cérebros reagem de maneira semelhante a cenas de filmes têm mais probabilidade de se tornarem amigas no futuro. É o que constatou um estudo com quase 300 estudantes de pós-graduação nos Estados Unidos, publicado na revusta Nature Human Behaviour. O trabalho acompanhou os voluntários por oito meses e concluiu que a proximidade nas redes de amizade não depende apenas de fatores como idade, gênero ou origem, mas também de uma sintonia mais profunda: a forma como cada indivíduo interpreta e responde ao mundo ao redor.
Antes mesmo de se conhecerem, 41 participantes do estudo passaram por exames de ressonância magnética funcional enquanto assistiam a 14 clipes de vídeo — de comédias a documentários. A partir da atividade cerebral registrada em 214 regiões do cérebro, os pesquisadores compararam as reações de cada pessoa. Depois, analisaram como os laços sociais se formaram dentro do grupo, por meio de questionários aplicados dois e oito meses após o início do curso. O resultado mostrou que os que apresentavam maior similaridade nas respostas neurais tinham mais chances de se tornarem amigos.
O que explica essa “sintonia neural”
As regiões do cérebro que se mostraram mais alinhadas entre futuros amigos estão ligadas à interpretação de histórias, à atenção e às respostas emocionais. Isso sugere que amizades duradouras podem se enraizar em maneiras parecidas de compreender situações, reagir a estímulos e dar sentido ao mundo. Já amizades formadas apenas pela convivência inicial, como colegas de sala ou vizinhos, tendiam a se dissolver com o tempo, enquanto os vínculos apoiados nessa sintonia cerebral mostraram-se mais resistentes.
Em alguns casos, os cientistas encontraram semelhanças em até 40 áreas do cérebro entre pessoas que, meses depois, se tornariam próximas. Isso indica que, mais do que a convivência forçada, amizades sólidas podem nascer de compatibilidades profundas. Ou seja, antes mesmo da primeira conversa, o cérebro já pode prever com quem você vai construir uma relação duradoura.
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