Um tubarão branco foi flagrado em vídeo devorando a carcaça de uma baleia–jubarte, que morreu após ficar encalhada em uma praia da Califórnia, nos Estados Unidos. As imagens foram divulgadas na última segunda-feira no perfil do Facebook do americano Keith Poe. Ele e seu colega Ryan Logan, que é estudante de graduação e participa do Laboratório de Tubarões da Universidade do Estado da Califórnia, decidiram correr ao mar quando ouviram a notícia de que o corpo de Scarlett, uma baleia-jubarte, estava vindo em direção à praia e precisaria ser rebocado pelos guardas locais.
O plano era justamente ficar perto da carcaça para observar os predadores que seriam atraídos por ela. Segundo Poe, o tubarão flagrado, que era uma fêmea, devorou Scarlett durante 18 horas. Terminada a refeição, continuou nadando, virando de ponta-cabeça, quase como se estivesse “cheia demais”.
Assista ao vídeo publicado por Keith Poe:
Mortalidade incomum
Desde o ano passado, autoridades federais dos Estados Unidos vem identificando uma mortalidade elevada de baleias-jubarte na costa atlântica do país. “Observamos um crescimento anual importante da mortalidade das baleias-jubarte a partir de 1 de janeiro de 2016, e esse fenômeno continua em 2017, elevando para 41 o número destes animais encontrados mortos nas costas [do Maine e da Carolina do Norte]”, disse Mendy Garron, cientista da agência oceânica e atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
Preocupados com os números, a NOAA iniciou um programa que busca determinar a origem desse aumento de mortalidade. O número “normal” de baleias-jubarte encontradas mortas nas costas entre o Maine e a Carolina do Norte é de cerca de 14 por ano, afirmou Deborah Fauquier, veterinária do escritório de proteção de recursos de pesca da NOAA. Porém, em 2016, 26 exemplares ficaram encalhados nas praias desta região, e, em 2017, já são 15 até agora.
A maioria das populações de baleias-jubarte foram retiradas da lista de espécies em perigo de extinção em setembro, depois de 40 anos de proteção. Segundo a NOAA, o fenômeno de alta mortalidade “pode servir de indicador da saúde do oceano e de problemas ambientais mais amplos que poderiam afetar a saúde humana”.
(Com AFP)