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Descoberto na Patagônia, novo titanossauro é 10 vezes menor que anteriores

Maior representante desse grupo também foi descoberto nessa localidade

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h53 - Publicado em 26 abr 2024, 17h32

Em 2017, cientistas anunciaram a descoberta do maior titanossauro do mundo. Com 70 toneladas e mais de 30 metros de comprimento, ele era um dócil morador da região hoje conhecida como Patagônia, na Argentina. Agora, pesquisadores descobriram a sua contraparte. Na mesma região, dez vezes menor, paleontólogos encontraram o fóssil de um dos menores titanossauros já registrados.

Com algo entre cinco e 10 toneladas e o tamanho aproximado de um micro-ônibus, a nova espécie foi chamada de Titanomachya gimenezi. Titanomachya faz referência à batalha de dez anos entre entre os Titãs e os novos deuses do olimpo, enquanto gimenezi homenageia a paleontóloga Olga Giménez, primeira a estudar a província de Chubut na Argentina, onde o fóssil foi encontrado. 

O tamanho do animal foi a principal surpresa para os especialistas e eles acreditam que essa característica seja uma consequência de mudanças ambientais há 67 milhões de anos, quando o animal viveu. “Ainda estamos estudando essas mudanças no ecossistema, mas já sabemos que elas eram bem rápidas”, disse a Veja o paleontólogo e explorador argentino Diego Pol. “As mais influentes foram o aumento no nível do atlântico, que diminuiu o espaço em que esses animais tinham para se espalhar, e um resfriamento global que também afetou essa região.”

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A principal diferença anatômica desse animal, suficiente para definir um nova espécie, está nas pata traseira, que sugeriu que essa espécie estava em um ponto evolutivo intermediário entre os membros das linhagens Colossosauria e Saltasauridae, os dois principais ramos da árvore genealógica desta espécie. Além dos membros anteriores e posteriores, também foram encontrados fragmentos de uma costela e da cauda. 

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A descoberta revelou mais detalhes sobre essa famosa família de dinossauros. Conhecido pelo seu longo pescoço, os titanossauros foram os únicos animais com essa característica que sobreviveram até o fim do cretáceo. Além disso, eles ficaram famosos pelos especialistas pela sua grande variabilidade, o que foi evidenciado ao colocar lado a lado as duas espécies de titanossauros descobertos nesta região. 

O achado foi parte uma expedição da National Geographic com o objetivo de estudar o fim do período conhecido como cretáceo tardio, entre 75 e 66 milhões de anos atrás, logo antes da queda do meteoro que dizimou os dinossauros. “Nós estamos no período que precedeu essa extinção em massa”, afirma Pol. “Esse fóssil em específico foi descoberto logo após o fim da pandemia, em 2022, então foi um achado que trouxe muita felicidade para todo o grupo.” 

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ESCAVAÇÃO – Patagônia: missão estuda a vida no fim do cretáceo (Vincent Brusca/NatGeo/Divulgação)

Um dos objetivos específicos da exploração é tentar entender como a biodiversidade estava se comportando logo antes da extinção, ou seja, se a extinção foi um evento repentino, ou se o número de espécies já estava sofrendo alguma alteração. Os resultados surpreenderam, revelando mais de 20 espécies desconhecidas até esse momento. 

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