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Enxame de águas-vivas paralisa maior usina nuclear da França

Interrupção foi causada pelo entupimento dos sistemas de resfriamento, que captam água do mar; fenômeno tem se tornado mais frequente com mudanças ambientais

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 ago 2025, 17h00

A maior usina nuclear da França, localizada em Gravelines, no litoral norte, teve quatro de seus seis reatores desligados temporariamente após um enxame de águas-vivas bloquear parte do sistema de resfriamento. O incidente, classificado pela operadora EDF (Électricité de France) como “massivo e imprevisível”, ocorreu entre domingo, 10, e segunda-feira, 11, provocando a paralisação completa da instalação — as outras duas unidades já estavam fora de operação para manutenção programada.

Segundo a empresa, não houve risco à segurança das instalações, dos trabalhadores ou ao meio ambiente. As águas-vivas ficaram presas nas grades filtrantes dos canais de captação de água do mar, etapa fundamental para manter os reatores na temperatura adequada. A presença em massa desses animais reduziu a vazão, acionando o desligamento automático como medida de proteção.

Como o enxame chegou até a usina

A usina de Gravelines utiliza água de um canal conectado ao Mar do Norte, onde diferentes espécies de águas-vivas são comuns durante os meses mais quentes. Especialistas indicam que, devido ao corpo gelatinoso, os animais conseguem passar por barreiras iniciais e acabam retidos em filtros secundários.

Relatos de moradores e pesquisadores apontam que correntes marítimas fortes e temperaturas elevadas no verão ajudaram a levar os animais da costa até a entrada da usina. Uma vez na área de captação, a baixa capacidade de locomoção das águas-vivas impediu que escapassem da sucção provocada pelo sistema.

Clima e risco de novos incidentes

O episódio não é isolado. Cientistas observam que, nos últimos anos, o aquecimento das águas e a diminuição de predadores naturais vêm favorecendo proliferações maiores e mais duradouras de águas-vivas. A presença dessas criaturas perto de estruturas costeiras tende a se intensificar com verões mais quentes e outonos amenos, prolongando a “janela” reprodutiva.

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Além do fator climático, o tráfego marítimo também contribui para a disseminação de espécies. Larvas e indivíduos jovens podem viajar em tanques de lastro de navios, sendo liberados em ecossistemas distantes, onde encontram condições ideais para se multiplicar. Esse transporte acidental já foi associado a incidentes semelhantes em 2011 na usina de Torness, na Escócia, e em 2013 na unidade de Oskarshamn, na Suécia. Em todos os casos, as operações foram retomadas após a limpeza dos sistemas de filtragem.

A interrupção em Gravelines, que já havia registrado caso semelhante em 1993, não afetou o abastecimento de energia, graças ao funcionamento de outras fontes na rede francesa, incluindo solar, eólica e demais centrais nucleares.

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