Na semana passada, um momento único da natureza foi capturado em fotografia: uma baleia jubarte foi flagrada quase engolindo um leão-marinho. O evento aconteceu quando a jubarte – espécie que tem entre 12 e 16 metros – se alimentava de um cardume de anchovas e, acidentalmente, capturou o outro animal, que não teve tempo suficiente para sair do caminho antes de ir parar dentro da grande boca.
O registro foi feito em 22 de julho por Chase Dekker, biólogo e fotógrafo americano. Na ocasião, ele observava baleias em um barco na Baía de Monterey, na Califórnia. “Estávamos vendo elas se alimentarem por um bom tempo e então, finalmente, vi o evento — que chamo de evento único na vida — e ainda não consigo acreditar. Quando a baleia subiu, tive uma fração de segundo para entender que o leão-marinho estava no topo da baleia e para fotografar a sequência”, explicou ele ao programa de rádio Newsbeat, da rede BBC.
Apesar do susto, o leão-marinho saiu ileso. De acordo com Dekker, a baleia jubarte manteve a boca aberta por cerca de quinze segundos, permitindo uma fuga segura. O especialista esclarece que geralmente o mamífero leva menos de cinco segundos para comer, mas, neste caso, houve um pouco mais de tempo.
Por que o leão-marinho não foi comido?
Apesar do tamanho gigantesco, as jubartes comem peixes pequenos e crustáceos. Ou seja, o leão-marinho não é parte do cardápio. Além disso, elas não têm dentes e se alimentam por um processo de filtração, usando uma série de placas de queratina na boca. Isso significa que o leão-marinho não sofreu nem mesmo uma mordida. “A baleia nunca fechou suas mandíbulas ao redor do leão-marinho, então ele não se machucou. Ficou muito assustado, tenho certeza, mas não teve dano”, contou Dekker.
Segundo ele, incidentes deste tipo não são raros, já que predadores marinhos, baleias, leões-marinhos, golfinhos e tubarões, costumam caçar o mesmo cardume de peixes. Então, pode acontecer de um animal maior cair, acidentalmente, na boca de uma baleia. Mas não há motivos para preocupação — da parte deles, pelo menos — porque o esôfago do mamífero é relativamente pequeno e, portanto, não seria capaz de engolir o animal.
Observação de baleias
Quando a BBC conversou com Dekker, ele estava a caminho de Tonga, na Oceania, levando consigo um grupo para nadar com baleias jubarte. O biólogo garante que não há riscos de que qualquer pessoa venha a ter um destino semelhante ao do leão-marinho. “Nós nadamos com as jubartes, mas, como é uma região de reprodução, não estão lá para se alimentar. Quase nunca abrem a boca enquanto estão lá”, explicou.
Apesar disso, ele fica alerta, pois existem outros perigos no contato muito próximo com o animal. “No ano passado, tivemos alguns encontros nos quais as baleias quase pularam em cima da gente. O perigo é quando saltam para fora da água”, disse.