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Fuinha interrompe funcionamento de acelerador de partículas do Cern

Animal mordeu o cabo de alta tensão do instrumento científico, que tem 27 quilômetros de extensão e custou mais de 7 bilhões de dólares. A fuinha não resistiu ao choque de 66 000 volts

Por Da Redação
Atualizado em 5 jun 2024, 03h07 - Publicado em 30 abr 2016, 17h05
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  • O maior, mais complexo e mais caro dos instrumentos científicos já construídos no mundo, o famoso LHC (sigla em inglês para Grande Colisor de Hádrons), foi temporariamente desligado na sexta-feira por causa de uma pequena fuinha.

    O instrumento, que foi usado para a descoberta do bóson de Higgs, a chamada “partícula de Deus”, teve o cabo de alta tensão de um transformador mastigado pelo animal, de acordo com o porta-voz do LHC, Arnaud Marsollie. A parte do equipamento estava localizada perto de Genebra, na Suíça, e o rompimento causou a interrupção das operações.

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    O LHC é um acelerador de partículas com 27 quilômetros de extensão, construído no subsolo, entre a França e a Suíça, para realizar pesquisas em física de partículas. Construído pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), o LHC levou mais de 10 anos para ficar pronto e custou mais de 7,5 bilhões de dólares.

    Segundo Marsollier, “a fuinha morreu na hora e sobraram poucos restos dela”. Um relatório publicado na tarde da sexta-feira pelo LHC revela que a fuinha foi fulminada com um choque de mais de 66 000 volts.

    Queda de energia – Marsollier revelou ao jornal britânico The Independent que as operações do LHC foram suspensas porque, ao invadir o transformador, que é um dos componentes de alimentação da máquina, o animal desencadeou um curto-circuito e uma “severa queda de energia elétrica” nas primeiras horas da madrugada desta sexta.

    Segundo Marsollier, o LHC estava em pleno funcionamento quando aconteceu o incidente. O acelerador estava coletando novos dados sobre o bóson de Higgs. O equipamento tem a função de colidir partículas no nível mais alto de energia já atingido, a fim de simular as condições presentes na época do nascimento do Universo, há quase 14 bilhões de anos.

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    Marsollier afirmou, no entanto, que a fuinha não entrou nos túneis que compõem o laboratório, apenas nas instalações elétricas. Segundo o porta-voz, serão necessários alguns dias para que os técnicos do LHC consertem os danos causados pela fuinha, mas o equipamento não teve danos graves e logo as operações poderão ser retomadas.

    “O LHC foi desenhado, evidentemente, para lidar com cortes de energia”, afirmou.

    Incidente com pedaço de pão – A interrupção das operações nesta semana remete aos relatos de um corte de energia no LHC em 2009, quando um pássaro em voo deixou cair um pedaço de pão sobre a máquina. O LHC havia ficado mais de um ano parado por causa de uma grave avaria ocorrida dez dias depois de começar seus trabalhos, em setembro de 2008, e o incidente com o pão quase atrasou a retomada das operações.

    (Com Estadão Conteúdo)

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