Grupo internacional de cientistas define recomendações para cúpula do G20
Inteligência artificial, bioeconomia, transição energética, saúde e justiça social estão entre as prioridades do grupo
Grupos de diversas áreas de governança têm se reunido para enviar recomendações ao G20, cúpula com os países mais influentes do mundo que se reunirá no Rio de Janeiro, em novembro. Um desses coletivos, denominado Science20 – ou S20 – reuniu as academias de ciências de todos os membros da assembleia para definir as prioridades da área.
A finalização do documento do S20 foi anunciada nesta terça-feira, 02, pela presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader. “Sem ciência, não se tem justiça social”, ela disse. “Ao invés de trazer novos temas, nós achamos que deveríamos reconhecer a necessidade dos Objetivos Para o Desenvolvimento Sustentável.”
Com o tema Ciência para a transformação global, o grupo pretende provocar os chefes de estado a resgatar os temas definidos na Agenda 2030 ao pensar sobre questões que consideram essenciais para a atualidade: Inteligência artificial, bioeconomia, transição energética, saúde e justiça social.
Ao longo de dois dias, os membros do S20 se reuniram para lapidar as recomendações finais. “Fazer esse documento não foi fácil, precisamos de ajustes para ter a assinatura de todos”, disse Nader. Agora, uma vez que a versão final foi definida, ela terá de ser rubricada pelos presidentes de cada uma das academias de ciências, até 19 de julho, para então ser enviada à cúpula.
Abaixo, veja as recomendações principais para cada um dos temas:
Inteligência artificial
- Assegurar a segurança no emprego e os direitos dos trabalhadores
- Estabelecer regulamentações de IA e padrões de governança de dados que beneficiem justiça e valores humanos
- Criar e compartilhar grandes conjuntos de dados científicos valiosos e bem curados
- Estabelecer estruturas intergovernamentais para supervisionar tecnologias de IA
Bioeconomia
- Construir Cooperação Internacional e Multilateral Robusta
- Chegar a um consenso sobre o papel da bioeconomia como estratégia para enfrentar mudanças climáticas
- Formular políticas conjuntas que permita implementar programas de bioeconomia
Transição energética
- Se basear no aumento do uso de fontes de energia com baixas emissões, incluindo energias nuclear e renováveis
- Utilizar captura, utilização e armazenamento de carbono, juntamente com abordagens baseadas no mercado, para minimizar emissões
Saúde
- Garantir o acesso global a vacinas, medicamentos e ferramentas de diagnóstico
- Promover produção local e regional sustentável
- Promover estratégias de comunicação eficazes para disseminar informações de saúde
- Desenvolver políticas para promover estilos de vida saudáveis
- Alavancar recursos globais focados nos impactos da saúde das mudanças climáticas e ambientais
Justiça social
- Abordar a desinformação relacionada à ciência nos meios de comunicação digital