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Guerra na Ucrânia fez águias desviarem rota de migração

Mudança pode ter um efeito negativo na reprodução dos animais

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 Maio 2024, 17h22 - Publicado em 20 Maio 2024, 17h17
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  • CLANGA CLANGA - Águia-gritadeira: guerra afetou os animais
    CLANGA CLANGA - Águia-gritadeira: guerra afetou os animais (Banu R/Getty Images)

    Impactos sob habitação, produção de alimentos, economia e bem-estar físico e psicológico são consequências muito bem conhecidas das Guerras na humanidade. A crise, no entanto, não é apenas humanitária e isso ficou claro em um estudo publicado nesta segunda-feira, 16, que mostra também o efeito sobre grupos de animais. 

    De acordo com o artigo publicado no periódico científico Current Biology, a Guerra na Ucrânia fez com que um grupo monitorado de águias-gritadeiras mudasse sua rota migratória, viajando, em média, 85 quilômetros a mais para conseguir se reproduzir. “Os conflitos armados podem ter impactos abrangentes no ambiente, incluindo mudanças no comportamento animal”, diz a pesquisadora de doutorado da Universidade da Ânglia Oriental e autora da pesquisa, Charlie Russell

    Como os animais são impactados?

    No geral, esses animais migram da Grécia e da África Oriental para se reproduzir no noroeste europeu. O conflito fez com que, além de percorrerem rotas maiores para chegar ao sítio de reprodução, as águias também fizessem menos paradas. Em tempos normais, 90% dos animais fariam uma pausa na Polésia, uma região próxima às fronteira entre Ucrânia, Bielorússia, Rússia e Polônia, para descansar, se alimentar e procurar água. Durante o conflito, contudo, apenas 30% o fizeram. 

    As consequências podem ser desastrosas, pois além de viajar mais, os animais também chegaram mais tarde ao local e, provavelmente, mais cansados. “Nosso estudo fornece a primeira evidência quantitativa disso, mostrando como as águias migratórias fizeram desvios para evitar eventos de conflito e gastaram menos tempo reabastecendo em locais de escala”, diz Russel. “Estes tipos de perturbações podem ter impactos significativos no comportamento e, potencialmente, aptidão das águias.”

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    Como o estudo foi feito?

    A ideia inicial não era investigar o impacto da guerra. Originalmente, as 19 águias estudadas foram tagueadas com equipamentos de monitoramento por GPS para melhor entendimento do seu comportamento, dado que elas constam na lista de espécies em vulnerabilidade da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN)

    Em março de 2022, no entanto, quando a guerra já atingia diferentes regiões, elas entraram em território ucraniano e os pesquisadores viram uma boa oportunidade de entender o impacto do conflito nessa espécie. “As aves migratórias, como as águias-gritadeiras, estão diminuindo drasticamente em todo o mundo e é imperativo que compreendamos e mitiguem melhor os nossos efeitos sobre estas espécies”, diz o pesquisador sênior, Adham Ashton-Butt

    Não é a primeira vez que algo assim é visto. Estudos anteriores já mostraram o impacto dos conflitos em animais locais, impedindo inclusive, a migração. Essa é a primeira vez, no entanto, que tamanho impacto é visto em animais não residentes, evidenciando o amplo impacto da guerra na fauna, inclusive a distância. 

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