Maior iceberg já registrado se desprende da Antártica
Área visível da massa de gelo é quase três vezes maior que a cidade de São Paulo
Pedaços de gelo de diferentes tamanhos recorrentemente se desprendem das plataformas da Antártica, no Polo Sul da Terra. O maior de todos, porém, foi registrado agora por imagem de um satélite Sentinela do projeto Copérnico, que faz parte da ESA (Agência Espacial Europeia). A massa de gelo é recordista devido à sua área visível de 4320 quilômetros quadrados, quase três vezes maior do que a cidade de São Paulo e um pouco maior que a ilha espanhola de Maiorca, com 3640 quilômetros quadrados, que aparece delineada na imagem para fins de comparação.
O recém-batizado iceberg A-76 se desgrudou da plataforma de gelo de Ronne, assim chamada em homenagem ao explorador da região, e agora flutua no mar de Weddell, a cerca de 2200 quilômetros das Ilhas Malvinas, na América do Sul. Desde que esses gigantescos pedaços de gelo passaram a ser monitorados do espaço por satélite, recordes sucessivos de tamanho têm sido batidos.
Icebergs desse tipo não costumam ser ameaça à navegação, mas sim à fauna da região − pinguins, focas e outras espécies que vivem em ilhas remotas e podem se ver impedidos de conseguir comida por causa da grande massa de gelo, caso ela não se parta antes de chegar ao hábitat desses animais.
O processo de ruptura ocorre por uma fenômeno chamado hidrofratura, que consiste na entrada de água por fissuras no gelo provocadas por temperatura acima da média. No processo, a rachadura se expande até que o bloco se desprenda da plataforma principal, como um pedaço de bolo cortado à faca.
Icebergs são batizados com a letra do quadrante da Antártica de onde vieram, seguida de um número de registro. Conforme vão se quebrando em pedaços, recebem letras adicionais, como, por exemplo, A-76a, A-76b e assim por diante. Ao contrário da crença popular, os blocos não fazem o nível do mar subir, uma vez que são pedaços de plataformas que já estão na água.