Mapa Mundial da Água identifica pontos críticos de disponibilidade hídrica
Projeto da National Geographic Society e da Universidade de Utrecht continuará sendo desenvolvido pelos próximos cinco anos
Às vésperas do Dia Mundial da Água, instituído pela ONU no dia 22 de março, a National Geographic Society e a Universidade de Utrecht, na Holanda, lançam uma ferramenta virtual que identifica pontos críticos de disponibilidade de água doce no mundo. O Mapa Mundial da Água, que continuará sendo desenvolvido pelos próximos cinco anos, reúne mais de 40 anos de dados. A cartografia foi feita a partir de um dos modelos de código aberto mais avançados que existe para rastrear a disponibilidade hídrica em diferentes partes do globo.
A ferramenta tem mecanismos de visualização interativa e permite aos usuários explorar virtualmente regiões do planeta, verificando a disponibilidade de água em escala mundial e observando áreas de escassez, onde a demanda excede a disponibilidade hídrica. Através dele já foram identificados 22 pontos críticos em todo o mundo, como o Vale Central, na Califórnia; Java, na Indonésia; o Delta do Rio Nilo, no Egito; e a Bacia do Rio Indo, no Paquistão. As crises hídricas nessas localidades são agravadas por diversos fatores, entre os quais as mudanças climáticas, o aumento do consumo e o desenvolvimento econômico, que pressionam a disponibilidade de água para fins agrícolas, municipais, industriais e pecuários.
O mapa também permite que os usuários naveguem sobre a bacia hidrográfica na qual vivem, o que pode ajudar a entender melhor a disponibilidade de água doce em sua microrregião. Os recursos serão aprimorados ao longo do tempo e, em breve, trará histórias dos exploradores da National Geographic – e de contadores de histórias apoiados pela Iniciativa Mundial de Água Doce – que estão documentando os desafios em suas comunidades, bem como soluções sustentáveis para os problemas hídricos locais.
Atualmente, a humanidade enfrenta uma crise de disponibilidade de água, situação que pode se agravar muito com os efeitos do aquecimento global. Segundo dados da ONU, em 2025 metade da população mundial poderá viver em áreas com escassez de água e isso se acentua entre as comunidades vulneráveis. Isso se deve não apenas às mudanças climáticas, como também ao rápido desenvolvimento urbano, à poluição, ao colapso da infraestrutura hídrica, ao crescimento e distribuição populacional e à má gestão dos recursos para esse campo.