Cientistas chineses analisaram dados enviados de Marte pelo robô Zhurong e descobriram que o planeta vermelho teve água na superfície há menos tempo do que se imaginava. A teoria mais aceita até agora era de que havia umidade até cerca de 3 bilhões de anos atrás, quando começou um período da história marciana conhecido como Amazônico, que continua até hoje.
De acordo com uma análise dos dados enviados pelo Zhurong, foram detectados sinais de água em amostras de minerais de apenas 700 milhões de anos atrás, disseram os cientistas em um artigo publicado na quarta-feira, na revista Science Advances. O solo contendo os minerais tinha uma crosta dura que pode ter sido formada pelo aumento da água subterrânea ou gelo derretido que havia evaporado desde então. Na Terra, a espécie humana tem pouco menos de 200 milhões de anos.
O rover chinês vem explorando a vasta planície de Utopia Planitia desde seu pouso no planeta em maio do ano passado. O Zhurong percorreu cerca de 2 quilômetros de seu local de pouso enquanto coletava dados sobre o terreno. Yang Liu, do Centro Nacional de Ciências Espaciais, em Pequim, China, e seus colegas usaram os espectrômetros do rover para analisar rochas na superfície da cratera e encontraram minerais contendo água.
Nos últimos anos, análises de uma sonda em órbita operada pela Agência Espacial Européia descobriram água sob o gelo do pólo sul de Marte. Quase toda a água de está presa em suas calotas polares, com traços muito pequenos na fina atmosfera. A localização da água subterrânea é fundamental para determinar o potencial de vida, além de fornecer um recurso permanente para qualquer exploração humana.