Oferta Consumidor: 4 revistas pelo preço de uma

Nasa anuncia missão sem precedentes que vai ‘tocar o Sol’

A Parker Solar Probe será primeira a chegar tão perto da estrela, a "apenas" 6 milhões de quilômetros. Sonda pretende revolucionar conhecimento sobre o Sol

Por Julia Moura Atualizado em 10 dez 2018, 10h07 - Publicado em 31 Maio 2017, 12h16

A Nasa anunciou nesta quarta-feira os detalhes de uma missão que irá ‘tocar o Sol‘. A sonda, programada para ser lançada entre 31 de julho e 19 de agosto de 2018, será a sonda a chegar mais próxima da estrela, a cerca de 6 milhões de quilômetros — quase dez vezes mais perto do Sol que Mercúrio, primeiro planeta do sistema solar. A sonda Parker Solar Probe pretende revolucionar o conhecimento sobre o Sol, fornecendo dados inéditos sobre sua atividade. A missão tem também o objetivo de contribuir para a previsão de grandes eventos climáticos espaciais com impacto na Terra, como as tempestades solares, que representam grandes riscos para a rede elétrica e de satélites.

O anúncio dos pormenores da missão foi feita na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, com a presença dos responsáveis pelo projeto. A sonda e a missão, que a princípio iriam se chamar Solar Probe Plus, foram rebatizadas em homenagem ao astrofísico Eugene Parker, que previu a a existência de ventos solares de alta velocidade — é a primeira vez que a Nasa nomeia uma sonda em homenagem a um cientista vivo. Presente à cerimônia, Parker, de 89 anos, falou sobre sua teoria sobre os ventos solares supersônicos, publicada em 1958, e fundamental para o desenvolvimento da missão.

“Estivemos na órbita de Mercúrio e fizemos coisas incríveis, mas até ‘tocarmos’ o Sol, não podemos responder a questões como a formação dos ventos solares”, afirmou Nicola Fox, cientista da Nasa. “Levamos sessenta anos para preparar a missão porque os materiais que nos permitiriam chegar até o Sol ainda não existiam. Precisamos fazer um escudo contra o calor e adoramos criá-lo. Algo que suporte o calor extremo e também as frias temperaturas da jornada é revolucionário.”

Missão que vai “tocar o Sol”

Para chegar tão perto do Sol, a sonda, de pouco menos de 700 quilos e tamanho aproximado de um carro popular, vai enfrentar temperaturas de mais de 1.377°C. A proteção do instrumento será um “escudo” fabricado com um composto de carbono desenvolvido especialmente para a missão, com 11,43 centímetros de espessura. Ele deve aguentar tanto as temperaturas escaldantes do Sol como outras temperaturas bem mais baixas, que aguardam a sonda durante a viagem até a estrela.

Nasa: missão Solar Probe Plus para tocar o Sol
Ilustração da Parker Solar Probe, em sua viagem ao Sol. (Johns Hopkins University Applied/Divulgação)
Continua após a publicidade

Durante o caminho até o Sol, que deve durar sete anos, a sonda Parker Solar Probe irá reduzir sua órbita gradualmente. Neste período, ela vai sobrevoar Vênus sete vezes para pegar “impulso”, corrigir a trajetória e chegar à menor distância do Sol, o que deve acontecer em 19 de dezembro de 2024. Neste momento, a espaçonave vai atingir incríveis 724.000 quilômetros por hora — a velocidade seria suficiente para viajar de Nova Iorque a Tóquio em menos de um minuto, segundo os cientistas — e estará quase oito vezes mais perto da estrela do que missão Helios, lançada pela Nasa e pela agência espacial da Alemanha Ocidental na década de 1970, que chegou a 43 milhões de quilômetros da estrela.

Nessa fase, um dos principais objetivos da sonda será estudar a Coroa Solar –  camada mais externa e larga do Sol com 2.100 quilômetros de comprimento. Este envoltório, visível da Terra em eclipses solares, é constituído de plasma (gás com partículas carregadas com eletricidade) e é o local de onde saem jatos de partículas em altas velocidades, conhecidos como ventos solares. São esses eventos que têm impacto nas comunicações de nosso planeta. Uma das questões que a sonda pretende investigar é a razão por que Coroa é ainda mais quente que a superfície do Sol e por que, de tempos em tempos, ela expele ventos solares.

Tempestades solares

Outro objetivo da missão é auxiliar nas previsões de eventos climáticos espacias, para evitar danos causados por alguns deles à Terra. Segundo a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, uma grande tempestade solar, como a Tempestade Carrington de 1859, pode causar dois trilhões de dólares de prejuízos só nos Estados Unidos, com o leste do país correndo o risco de ficar sem energia elétrica por até um ano. Segundo a Nasa, há 12% de probabilidade que um evento dessa magnitude realmente chegue até a Terra nos próximos dez anos.

Continua após a publicidade

Com o custo estimado de um bilhão e meio de dólares, a Parker Solar Probe é a esperança da agência de monitorar o Sol. A ESA (agência espacial europeia) também planeja lançar uma sonda para Sol em 2018, mas a missão deve observar o Sol de uma distância bem maior: 43 milhões de quilômetros.

Confira a animação da Nasa com a trajetória da Parker Solar Probe:

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SEMANA DO CONSUMIDOR

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.