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Nobel de Física 2023 vai para trio que fez estudos pioneiros com elétrons

Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L’Huillier, especialistas no campo da física de attosegundos, foram escolhidos pelo Comitê do Nobel

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 out 2023, 07h27 - Publicado em 3 out 2023, 07h05

Pelo trabalho revolucionário feito nos estudos da dinâmica dos elétrons, o trio formado por Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L’Huillier recebeu o Nobel de Física de 2023. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira, 3.

De acordo com o comitê do Nobel da Academia Real das Ciências da Suécia, em Estocolmo, na Suécia, a escolha foi feita com base nos estudo experimentais desenvolvidos por eles, capazes de gerar pulsos de luz em attosegundos, medida que equivale a um quintilhão de segundo. Para efeito de comparação, um attosegundo é, para um segundo, o equivalente a um segundo para 31,71 bilhões de anos.

Por criar técnicas capazes de gerar pulsos tão rápidos, o trio abriu as portas para a investigação de processos que tão velozes que antes eram impossíveis de acompanhar.

De acordo com o Comitê do Nobel, os avanços permitem aplicações potenciais em muitas áreas diferentes. Na eletrônica, por exemplo, é importante compreender e controlar como os elétrons se comportam em um material. Os pulsos de attosegundo também podem ser usados para identificar diferentes moléculas, como em diagnósticos médicos. Mas há mais, em outros setores, como indústria e química.

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A física francesa Anne L’Huillier, da Universidade de Lund, na Suécia, descobriu, ainda em 1987, que muitos tons diferentes de luz surgiam quando ela transmitia luz laser infravermelha através de um gás nobre, e dá a alguns elétrons energia extra que é então emitida como luz. A partir dessa descoberta inicial, outras pesquisas subsequentes foram feitas.

Em 2001, o franco americano Pierre Agostini, professor da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, conseguiu produzir e investigar uma série de pulsos de luz consecutivos, cada um com duração de apenas 250 attossegundos. Ao mesmo tempo, o húngaro Ferenc Krausz, que trabalha no Instituto Max Planck de Ótica Quântica, na Alemanha, realizava outro tipo de experimento, que permitia isolar um único pulso de luz com duração de 650 attossegundos.

“Agora podemos abrir a porta para o mundo dos elétrons. A física do attosegundo nos dá a oportunidade de compreender os mecanismos que são governados por elétrons. O próximo passo será utilizá-los”, afirma Eva Olsson, presidente do Comitê do Nobel de Física, em comunicado oficial.

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No ano passado, o Prêmio Nobel de Física 2022 foi para o trio formado pelo francês Alain Aspect, o norte-americano John F. Clauser e o austríaco Anton Zeilinger por estudos inovadores sobre a mecânica quântica, um campo da Física que investiga o comportamento de partículas minúsculas como átomos, elétrons e fótons.

Na segunda-feira, 2, o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina foi oferecido à húngara Katalin Karikó e ao americano Drew Weissman como reconhecimento pelas descobertas fundamentais que permitiram criar as primeiras vacinas de RNA da história, as mesmas que ajudaram a conter a pandemia de Covid-19.

Nos próximos dias serão anunciados os prêmios de química, literatura, paz e economia. Além do prêmio, o vencedor recebe ainda um cheque de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente 5 milhões de reais). Quando há mais de um premiado, o valor é dividido entre eles.

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