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ONU vai ao espaço em 2021 para ajudar países em desenvolvimento

A missão é fazer com que países sem sua própria agência espacial possam realizar experimentos e ter acesso a tecnologias de desenvolvimento sustentável

Por Da redação
3 Maio 2017, 11h07

A Organização das Nações Unidas (ONU) prepara o lançamento de sua primeira missão espacial para o ano de 2021, com o objetivo de ajudar países em desenvolvimento ou com menos recursos a realizarem experiências em microgravidade e se beneficiarem de tecnologias úteis para o desenvolvimento sustentável.

“Estamos realmente emocionados em oferecer pela primeira vez a oportunidade de realizar experiências científicas em órbita terrestre baixa (entre 200 e 2000 quilômetros de altura) com a tutela da ONU”, explicou a diretora do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (Unoosa, na sigla em inglês), a astrofísica italiana Simonetta Di Pippo. “Levar os benefícios do espaço para toda a humanidade é nossa meta e facilitar o acesso ao espaço para países em desenvolvimento é uma parte fundamental disso.”

A intenção, segundo ela, é “estudar questões relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como a mudança climática, a segurança alimentar e a preservação da biodiversidade”. A missão não tripulada será desenvolvida em cooperação com a Sierra Nevada Corporation, uma empresa americana responsável por desenvolver um modelo de nave espacial reutilizável chamado Dream Chaser, parecida com as antigas naves da Nasa.

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“A Dream Chaser foi selecionada pela agência [espacial] dos Estados Unidos para oferecer futuros serviços de reabastecimento à Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês), e é adequado para transportes tripulados e sem tripulação em órbita terrestre baixa”, de acordo com Simonetta.

A missão durará duas semanas e levará entre 25 e 30 experimentos para serem realizados em microgravidade. Por contar com um veículo reutilizável, o custo para a missão é mais baixo do que se fosse utilizada uma nave de apenas um uso. Além disso, a ONU ainda está buscando patrocinadores para reduzir custos. Mesmo assim, inevitavelmente, países cujos experimentos forem selecionados deverão também fazer uma contribuição ao projeto.

Missão acessível

Qualquer Estado-membro da ONU pode participar, mas a missão está especialmente pensada para países que não têm recursos para um programa espacial próprio, indicou Simonetta. “Os preparativos estão em curso para abrir a convocação para os experimentos da missão. Esperamos receber muitas solicitações de países latino-americanos”, comentou.

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Para que a missão seja o mais acessível possível, Simonetta acrescentou que a ONU oferecerá assessoria para desenvolver os experimentos a países que não tenham um programa espacial estabelecido. Ela também enfatizou os benefícios da ciência e da tecnologia espacial, e disse considerar indispensável seguir investindo nelas. “As atividades espaciais são cruciais em nossa vida cotidiana. Influenciam e tornam possíveis muitas das coisas que damos como certas, seja o uso de um celular, revisar a previsão do tempo ou receber ajuda após um desastre”, explicou a italiana.

“É importante lembrar que o espaço fomenta o desenvolvimento industrial e econômico: investir no espaço significa criar novos empregos e tem um efeito positivo na riqueza de todo o país.” Além disso, a astrofísica diz que a tecnologia espacial pode ajudar a rastrear a propagação de doenças e permite a telemedicina, trazendo também benefícios para o desenvolvimento da pesquisa em saúde.

Simonetta defende o acesso livre a dados procedentes do espaço, o que aumentaria “os benefícios econômicos, a pesquisa e a inovação e apoiaria os processos de tomada de decisão sobre uma base de dados acessível e transparente”.

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(Com EFE)

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