Os ambiciosos planos da China para vencer a corrida espacial
Programa envolve enviar astronautas ao satélite natural antes do final da década, aumentar a estação espacial e promover cooperações internacionais
Após a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética entraram em uma imbele disputa por protagonismo político e econômico que ficou conhecida como Guerra Fria. Parte central dessa batalha foi a corrida espacial, vencida pelo país americano – até hoje, o único a colocar astronautas em solo lunar. Agora, o vencedor tem um novo rival, a China, e, mais uma vez, o embate se dará também em solos extraterrestres.
Nesta segunda-feira, 29, a China divulgou parte dos seus planos para se destacar nessa corrida. Embora não tenha dado detalhes e datas específicas, o vice-diretor da Agência Espacial Chinesa, Lin Xiqiang, disse que planeja uma exploração lunar que deve ser dividida entre humanos e robôs. Em abril, cientistas do país já haviam anunciado que planejam construir, dentro dos próximos anos, uma base que seria levantada utilizando o solo da própria lua.
Ainda de acordo com o anúncio, astronautas devem ser enviados ao satélite antes do final desta década, o que deverá ser feito depressa caso planejem chegar antes dos EUA, que tem uma viagem tripulada planejada já para 2025. Ambos os países planejam missões permanentes de exploração da Lua.
O anúncio das autoridades chinesas foi feito durante uma conferência para revelar o nome dos astronautas que ocuparão a estação espacial controlada pelo país. Com três módulos, a Tiangong (espaço celestial, em tradução livre) é a versão chinesa da Estação Espacial Internacional, da qual o país não faz parte.
Os três escolhidos substituirão os militares que ficaram na estação nos últimos 6 meses e, em novembro, finalizaram a construção da base de pesquisa espacial. Essa é a primeira vez que um civil, o professor Gui Haichao, fará parte da tripulação. Os outros dois membros são o comandante Jing Haipeng e o engenheiro Zhu Yangzhu. “Acreditamos firmemente que a primavera da ciência espacial chinesa chegou e temos determinação, confiança e capacidade de concluir a missão”, afirmou Jing.
Parte dos planos do país inclui a expansão da Tiangong, que ganhará mais um módulo dentro dos próximos anos. Aumentar as cooperações internacionais também está em pauta. Embora EUA já tenha assumido que há uma competição com o país asiático, Li Yingliang, diretor de tecnologia da agência chinesa, afirmou que os objetivos do país são pacíficos e que gostaria de trabalhar em cooperação com o rival. “Pessoalmente, lamento que o Congresso dos EUA tenha moções relevantes proibindo a cooperação aeroespacial entre os EUA e a China” disse.